O dom da vida Heitor Freire (*)

O dom da vida

Aprendi que a criação de Deus é uma dádiva que deve ser glorificada para sempre, pois representa o pensamento Dele em relação a tudo o que criou. E a maior bênção, sem dúvida, é a criação do ser humano à sua imagem e semelhança, para que seja um elemento útil no trabalho cósmico a ele destinado.
 
Assim, a nossa encarnação é um fato divino que deve merecer gratidão eterna por parte de cada um de nós. Não somos apenas o resultado de um espermatozóide que fecundou um óvulo, ao acaso. Somos mais do que isso; somos seres imaginados por Deus, ou seja, somos um projeto divino.
 
Daí a necessidade do despertar da consciência para essa realidade, e a partir daí contribuirmos efetivamente com a nossa inteligência e vontade para a evolução da humanidade. No universo nada é de graça; toda concessão implica uma retribuição. O privilégio de existir exige uma contrapartida que se realiza pelo trabalho. A lei de Deus é a Lei do Trabalho que se manifesta em todo o universo e por toda a eternidade.
O dom da vida é o bem mais precioso que Deus nos concedeu. E esse dom não se esgota no tempo e no espaço. Pelo contrário, é ad aeternum, para toda a eternidade, e é também a mais clara demonstração do amor que Ele tem por todas as suas criaturas.
 
O dom da vida não se manifesta por acaso. Ao nos dar a vida, Ele também nos conferiu uma individualidade que caracteriza o nosso ser por toda a eternidade.
 
Ao entender essa condição única, cada um de nós dentro da sua idiossincrasia deve manifestar a mais profunda gratidão por esse fato. Somos únicos. A nossa existência se realiza por fases, em que nascemos e renascemos infinitamente.
 
Todos somos destinados a morrer. Uns mais cedo, outros mais tarde. Alguns de uma maneira, outros de outra.  Mas o meio é o mesmo: a morte não significa o fim. É a forma de mudarmos de status, de encarnados para não encarnados. Mas sempre vivos. Porque a vida não se restringe ao tempo em que vivemos neste belo planeta azul.
Quando se compreende isso, ocorre uma sensação de leveza, de paz, de alegria, de entendimento, de libertação.
 
Em geral, a humanidade não se dá conta disso. E esse desconhecimento é que acaba gerando todas as disputas em que o ser humano está envolvido desde o princípio dos tempos. Na realidade, somos todos parte do mesmo corpo cósmico universal. Tudo o que acontece em qualquer parte influencia o restante.
 
Nós não recebemos um manual com as informações de uso para orientarmos nossa vida. Mas ao longo da existência vamos aprendendo e evoluindo na senda do progresso. Na realidade, todos temos inscrita em nossos corações toda a orientação necessária para isso. Temos que saber buscar. Entendo que três características são indispensáveis: a fé, a gratidão e a integridade. Naturalmente permeadas pelo amor.
 
Deus nos dotou, a todos, de um atributo intrínseco, infinito e eterno: a fé. A fé não pode ser confundida com crença. Fé é fidelidade. A fé liberta, a crença fixa, prende. Outro atributo da fé é que ela é pessoal, individual. A fé revitaliza o ser humano.
A gratidão é uma característica que, infelizmente, está longe do procedimento do ser humano. O que mais se observa hoje, em todas as atividades, é a ingratidão. A gratidão deve ser cultivada desde o berço. E desenvolvida com a prática constante.
 
A integridade, então, neste mundo em que as atitudes são permeadas pelo interesse, em que tudo o que se faz é em função do imediatismo, é um produto em falta. A integridade requer consciência plena do compromisso assumido com Deus.
 
A fé, a gratidão e a integridade acabam ensejando outros princípios que, naturalmente, se inserem na vida das pessoas, como a alegria de viver e a determinação na busca da realização dos objetivos, criando uma atitude positiva, escolhendo pensamentos e sentimentos que serão úteis à transformação de cada um.
 
Isso tudo me levou a uma mensagem do espírito Emmanuel, psicografada por Chico Xavier, que diz assim: 
 
"Nasceste no lar que precisavas, vestiste o corpo físico que merecias, moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento. Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades; nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas. Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização".
 
É isso.
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 24 Maio 2025 às 10:00 - em: Falando Nisso


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