Morrendo na chuva, a tragédia anual do Rio, SP...

Paulo Cezar/O Globo Reprodução
Morrendo na chuva, a tragédia anual do Rio, SP...
Já ultrapassa a 60 o número de mortos em decorrência da forte chuva que caiu sobre a região serrana do Rio de Janeiro na madrugada de hoje. Só em Teresópolis foram confirmadas 54 mortes até o fim da manhã desta quarta-feira. E o Corpo de Bombeiros registra até o momento mais duas mortes em Petrópolis e sete em Friburgo, incluindo quatro bombeiros que faziam operação de resgate. A foto acima exibida hoje no site do jornal O Globo mostra o bairro Caleme, em Teresópolis, onde uma represa transbordou, uma encosta deslizou e soterrou casas e carros. Pelas ruas do bairro, há vários corpos coberto no chão. O acesso ao bairro foi interditado pela lama que desceu da montanha. 

Infelizmente, mais uma edição da tragédia anunciada que se repete com maior número de vítimas a cada início de ano na temporada das chuvas de verão. Desde a década de 70 especialistas em engenharia alertam sobre o risco das consequências do aumento da população e ocupação desenfreada das áreas de montanhas, com destruição da vegetação que é o suporte natural desses morros. Chuvas com maior ou menor intensidade sempre caíram e cairão nesses locais. Mas, sem as matas, as montanhas viram geleia. E, quanto mais gente, maior será a tragédia nos iminentes desmoronamentos de encostas. 

Na região metropolitana de São Paulo onde as chuvas continuam e o número de mortes confirmadas chegou hoje a 14, a situação não é muito melhor. A cada ano problemas do gênero se agravam na maioria das cidades brasileiras, inclusive em Campo Grande onde, embora a inexistência de morros minimize os casos fatais, os transtornos são cada vez maiores. E que ninguém se iluda ou venha se dizer surpreso no ano que vem. Soluções paliativas relacionadas aos efeitos, sem cessar as causas, são sinais evidentes e ninguém precisa ser especialista, matemático ou vidente para prever que as coisas a cada Ano Novo só vão piorar.

P.S.: Se você pensa que chuva e enchente nas cidades não existia antigamente, como muitos dizem por aí, clique em Enchentes em SP... do tempo dos bondes.

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Postado por: Marco Eusébio, 12 Janeiro 2011 às 13:40 - em: Principal


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