Um dia depois de completar 84 anos, morreu ontem a cantora Nana Caymmi, uma das principais vozes femininas da música brasileira. Ela estava internada há nove meses com problemas cardíacos na Clínica São José, no Rio de Janeiro, que em nota informou que a artista faleceu “em decorrência da disfunção de múltiplos órgãos”. “Estamos muitos chocados e tristes”, disse o cantor e compositor Danilo Caymmi, seu irmão, em postagem no Instagram.

 

Filha do compositor baiano Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Dinahir Tostes Caymmi (mesmo nome de uma tia, irmã do pai), a Nana, nasceu em 29 de abril de 1941 no Rio. Na família de músicos, começou criança a estudar piano clássico. Em 1960, gravou com o pai a canção de ninar Acalanto, que ele fez pra ela. No mesmo ano, gravou um compacto simples com as músicas Adeus e Nossos Beijos, mas pouco tempo depois decidiu deixar o Brasil e se casar com o médico venezuelano Gilberto José Aponte Paoli, com quem teve seus três filhos, Stella, Denise e João Gilberto.

 

Separada, voltou ao país e enfrentou o preconceito de Caymmi, que decidiu não falar mais com a filha. Foi socorrida pelo irmão, Dori, que fez a canção Saveiros com a qual ela venceu I Festival Internacional da Canção (TV Globo). Casada com o cantor Gilberto Gil, apresentou-se em 1967 no III Festival de Música Popular Brasileira na TV Record,, com a canção Bom Dia, assinada em parceria com Gil. Gravou com o grupo Os Mutantes a canção Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, além de um álbum de carreira.

 

Apesar do sucesso dentro e fora do país o reconhecimento popular só chegou em 1998, quando o bolero Resposta ao Tempo, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc, que virou tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, de Glória Perez. Artistas, amigos, familiares e fãs lamentaram a morte da cantora nas redes sociais. (Com Estadão)