Ao visitar a comunidade Santa Marta na capital do Amazonas, onde ordenou a retirada de famílias da área de risco depois que um desmoronamento matou uma mulher e duas crianças, o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB), se irritou quando uma moradora disse não ter pra onde ir.

A mulher afirmou:

– "Mas nós só tamo morando aqui prefeito, porque nós não temos condição de ter uma moradia digna" [sic].

Amazonino respondeu:

A mulher emendou:

– "Então nós vamo morrer, então o senhor não faz nada pra nóis" [sic]

O prefeito...

Ela informou:

Ele insistiu:

Ela explicou:

E o prefeito concluiu:

A discussão foi exibida no jornal do meio-dia da TV Amazonas, repetidora da TV Globo, e foi colocada no site de vídeos YouTube. 

À noite, o prefeito, mais calmo, disse que não quis ofender os paraenses e que infelizmente eles não são os únicos que vivem em áreas de risco em Manaus e disse que a sua reação foi mal interpretada. "Fui pra lá ver o problema e é natural que se veja as pessoas em áreas de risco, elas podem morrer. Aí uma moradora, o que é natural, desavisada, discutiu sobre o aspecto de não sair de lá. Então eu disse "então morra". Morra quer dizer que a senhora pode morrer. Seria a mesma coisa, a mesma expressão", justificou. Parte da imprensa informou que a irritação do prefeito é com o fato de adversários políticos incentivarem invasões em áreas de risco.

Em novembro do ano passado, durante visita do então presidente Lula a Manaus, o prefeito foi vaiado durante discurso. "Nunca na minha vida sofri esse tipo de constrangimento. Se o Amazonino não tiver a aprovação do povo, vocês vão ter outro prefeito, porque eu vou sair", reclamou Amazonino, referindo-se a sí próprio, depois da vaia. "Eu vou mandar fazer uma pesquisa. Se for negativa, renunciarei ao meu mandato", prometeu.

Amazonino, cujo nome é um verdadeiro símbolo político de seu estado, já foi três vezes governador do Amazonas e está pela terceira vez como prefeito da capital.