'Mansão do Pedrossian' será reaberta depois de décadas para mostra de arquitetura

Marcelo Calazans/Campo Grande News Reprodução
'Mansão do Pedrossian' será reaberta depois de décadas para mostra de arquitetura
Fechado há décadas, casarão foi símbolo do poder em Campo Grande
Fechado há décadas, o casarão no estilo neocolonial com jeitão se casa grande de fazenda mexicana que foi conhecido como a "casa do Pedrossian" na esquina nos altos da Avenida Afonso Pena em Campo Grande, será palco no mês de outrubro do "Minha Casa MS" com a mostra de arquitetura "Morar Mais por Menos". Para relembrar a história do casarão que foi símbolo do poder regional, leia o artigo escrito pelo colega jornalista Dante Filho em 2008 que foi publicado no extinto blog Ponto Crítico:
 
Arquitetura do poder: a mansão abandonada de “Pedrossian”
 
Por Dante Filho (*)
 
Quando o ex-governador Pedro Pedrossian erigiu sua mansão nos altos da avenida Afonso Pena, na década de 70, Campo Grande era apenas uma pequena cidade com promessas de futuro. A obra encantou a população por representar um símbolo de poder proveniente da mentalidade do “Brasil que vai pra frente” que fomentava o surgimento de um tipo diferente de novo-riquísmo até então desconhecido dos brasileiros do interior do País: aquele que montado no aparato burocrático da ditadura enriquecia-se a olhos vistos diante de uma sociedade anestesiada pelo temor dos militares e seus protegidos.
 
A famosa “casa de Pedrossian” – uma obra projetada pelo arquiteto Avedis Balaniuc em estilo neo-colonial (com ares de sede de fazenda mexicana) – tornou-se de imediato a expressão de uma época. Foi essa residência que possibilitou a transformação do Jardim dos Estados na área nobre da cidade, possibilitando com o passar do tempo a expansão da avenida e todo o processo de urbanização que se conhece hoje. 
 
Mas o tempo passa. Como dizia Eça de Queiroz, o tempo é escultor de ruínas. A “Casa de Pedrossian”, por ironia histórica, é uma espécie de metáfora da carreira política de seu criador, um relicário da ascensão e queda de quem reinou, mandou, teve tudo e todos, e agora encontra-se abandonado, remendando as calhas do passado.
 
Quem circunda a mansão, percebe de imediato que ela está há muito tempo entregue às traças.  Localizada num imenso terreno de 556.693,93 metros quadrados, o espaço tem o 353.427 metros quadrados de área construída
 
A casa entrou para a história de Campo Grande como cenário de uma época em que o poder flertava com a necessidade de ostentação. Por lá, em reuniões que ficaram famosas no meio político campo-grandense desfilaram figuras conhecidas como Paulo Maluf, Ibrahim Abi-Ackel, José Sarney e tantos outros.
 
Hoje, com a mesma velocidade que as ações do tempo se mostram implacáveis com a conservação do imóvel, ela expõe ao público a fragilidade que representa a glória da vida política. 
 
Hoje a casa não pertence mais ao ex-governador Pedro Pedrossian  nem  a qualquer membro da sua família. O imóvel é de propriedade do empresário e pecuarista Marcos Antônio Martins de Souza, e está avaliada, segundo a  prefeitura da Capital, com base no valor do IPTU de R$ 9.366,00, em cerca de R$ 910.120,94. 
 
O local, ponto de reuniões em que se decidiu a trajetória política do Estado, é também um pedaço da história. O abandono da casa é apenas uma referência simbólica . Tem gente que acredita que o imóvel possa vir a ser tombado para integrar o patrimônio histórico do Estado. Outros imaginam que o lugar tem tudo para - depois de uma boa recauchutada - se transformar num belo restaurante. As idéias são várias. Esperemos para ver o que acontece."
 
(*Dante Teixeira de Godoy Filho, jornalista, é do time de colaboradores deste Blog - dantefilho@terra.com.br)
 


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Postado por: Marco Eusébio, 02 Junho 2015 às 15:15 - em: Principal


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