Das situações
Todos os dias é um vai e vem. A vida se repete na estação.
Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais.
Tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar.
Tem gente que veio só olhar. Tem gente a sorrir e a chorar. E assim chegar e partir.
(Milton Nascimento e Fernando Brant)
A vida é feita de momentos. Momentos que geram situações que promovem encontros, desencontros e reencontros, ajustes e desajustes, ou seja, é um vir a ser constante.
Situação deriva do latim “situs”, local, lugar, posição. Em outras palavras: condições, circunstâncias, conjunturas, estados, oportunidades.
A situação se caracteriza pela ocorrência de acontecimentos ou pela combinação deles num determinado momento. A situação também pode ser descrita como um estado em que algo, alguém ou um ambiente se encontra.
William I. Thomas (1863-1947), sociólogo americano, em sua obra The Unadjusted Girl (A garota desajustada, de 1923), define situação como uma noção sociológica. Segundo ele, “Se os homens definem as situações como reais, elas são reais nas suas consequências”.
O que acontece, no meu entendimento, nesse vai e vem infinito, é onde e quando se manifesta, ou se materializa, a grandiosidade da vida, nos proporcionando a oportunidade de aprendizado constante, na evolução permanente, porque nenhum de nós é santo.
Na infinitude das encarnações em que aprendemos e erramos, passamos a ser, cada qual em sua individualidade, titulares de nossos direitos e obrigações. Passamos a acumular conhecimento e aprendizado que irão oportunamente nos beneficiar, contrabalançando com equívocos e desacertos que deveremos resgatar a tempo e hora, referentes aos sofrimentos, dores e prejuízos que causamos aos outros. Tudo isso é dimensionado no altar da nossa consciência – atributo do espírito –, que no devido tempo nos chamará às nossas responsabilidades.
Na hora dos finalmentes, não haverá omissão, pois nesse instante não tem advogado, nem amigo, nem desculpa. É o que é. Ponto.
Até chegar essa hora, temos a pedagogia da encarnação, que nos proporciona os mecanismos para os devidos acertos, resolvendo as incoerências e irregularidades, nos ensinando a ser nós mesmos, na medida em que assumimos a responsabilidade pelos nossos atos, deixando de reclamar, de tentar agradar aos outros, de nos importar com a opinião alheia, praticando o silêncio, ouvindo nossa consciência, respeitando a todos e acatando a lei do amor.
Enfim, devemos agir com consciência, porque a vida nos proporciona diferentes meios de aprendizado, de despertar, de aprimoramento vocabular, de aceitação, de entendimento, de evolução e de continuidade.
Os meus artigos, me dou conta agora, na realidade são uma conversa comigo mesmo (apesar da redundância), e que levo a público.
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)
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Postado por: , 25 Janeiro 2025 às 09:15 - em: Falando Nisso