Campo Grande e suas instituições centenárias Heitor Freire (*)

Campo Grande e suas instituições centenárias

Campo Grande é uma cidade abençoada pelos cidadãos que a compõem – homens e mulheres aqui nascidos e também os que aqui aportaram vindos dos mais diferentes recantos do nosso país e do mundo inteiro, para contribuir com sua inteligência e talento na formação desta cidade maravilhosa em que todos vivemos com amor e alegria.
 
Essa lista de pioneiros se inicia com José Antônio Pereira, nosso fundador emérito, que imantou nossa cidade com seu espírito cristão e empreendedor.
 
Campo Grande tem duas datas históricas: 21 de junho de 1872, marco da chegada de José Antônio Pereira ao vilarejo que se tornaria uma cidade, e 26 de agosto de 1899, quando a resolução estadual nº 255 elevou o vilarejo ao status de município. As duas datas constam em sua bandeira.
 
A voo de pássaro, apresento uma rápida visão de instituições e pontos históricos da nossa capital com mais de 100 anos de existência:
 
O edifício mais antigo da cidade, que depois abrigou o Museu José Antônio Pereira, foi construído em 1880 e faz parte do patrimônio histórico da cidade;
 
A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, criada em 1914, infelizmente teve desativado o transporte de passageiros no trecho entre Bauru e Campo Grande, em 1993, e mais tarde o trajeto entre Campo Grande e Corumbá, encerrado em 1995;
 
A Santa Casa de Campo Grande, idealizada em 1917 por um grupo de cidadãos que se reuniu para angariar fundos para a criação da primeira unidade hospitalar voltada para o atendimento universal da população (incluindo os mais carentes), constituída legalmente em 1º de junho de 1919;
 
A Loja Maçônica Oriente Maracajú, fundada em 1921;
 
A Escola Estadual Joaquim Murtinho, a primeira escola centenária da capital, criada em 1922;
 
O Asilo São João Bosco, uma casa de acolhimento a idosos, a mais antiga de Campo Grande, começou suas atividades em 23 de outubro de 1923;
 
O Hospital Geral do Exército, inaugurado em 1924 e destinado a atender os militares e suas famílias;
 
O Rádio Clube, fundado em 25 de dezembro de 1924;
 
A Feira Central de Campo Grande, criada em 1925, por meio de decreto do intendente municipal Arnaldo Estêvão de Figueiredo;
 
A Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, fundada em 1926, completará seu centenário no ano que vem.
 
Essas instituições são a prova viva da capacidade dos nossos habitantes e principalmente do elevado espírito comunitário que norteou suas ações, cabendo destacar por preito de gratidão, que o mesmo grupo de cidadãos que fundou a Santa Casa, entre outros, Eduardo Santos Pereira, Bernardo Franco Baís, Victor Manoel Pace, Eduardo Olímpio Machado, Camillo Boni, Rogério Cazal Caminha, João Clímaco Vidal, Augusto Silva, Otaviano de Mello, Benjamim Corrêa da Costa, Enoch de Almeida, Euzébio Teixeira – primeiro presidente –,  também participou da fundação da Loja Maçônica Oriente Maracajú, do Asilo São João Bosco, e da Associação Comercial. Consta que o terreno que abrigou a primeira sede do Asilo, foi doado por Bernardo Franco Baís, segundo presidente da Santa Casa.
 
O primeiro presidente da Associação Comercial, Eduardo Olímpio Machado, também foi presidente da Santa Casa, prefeito de Campo Grande e membro do Conselho Fiscal da Santa Casa durante 32 anos. Mesmo quando prefeito, ele não deixou de fazer parte do Conselho Fiscal.
 
Atualmente, a presidente da Santa Casa é a advogada Alir Terra Lima, primeira mulher a ser eleita presidente na história da instituição, que está desempenhando o cargo com muita competência, dedicação e espírito humanitário, contando com total apoio da diretoria e do Conselho de Administração. É impressionante como a atual administração municipal, gestora da saúde no município, não tem demonstrado sensibilidade para contribuir efetivamente com o sofrimento da população justamente na área da saúde.
 
Esperamos que isso não passe de um deslize momentâneo, e a administração pública abra os olhos para a falta de cuidado com essa instituição histórica e de importância vital para nossa cidade.
 
Vida longa a todas as nossas instituições centenárias!
 
(*Heitor Rodrigues Freire – corretor de imóveis e advogado)


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Postado por: Heitor Freire (*), 31 Maio 2025 às 10:00 - em: Falando Nisso


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