Depois de viver idolatrando as estrelas petistas e rechaçando qualquer tentativa de ataque aos seus ídolos e fazendo campanhas para o PT (até em Mato Grosso do Sul andou pedindo votos a Zeca, embora sem tanto sucesso como tem na telinha), José de Abreu, aos 68 anos, saiu do armário político revela Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S.Paulo. O ator da Globo se filiou ao PT, foi pedir conselhos a Lula e ao amigo José Dirceu, e se empolgou sobre uma possível candidatura para deputado federal em 2014.

O ator disse que Lula achou a "ideia sensacional", informa a colunista. "Lula abonaria minha ficha e lançaria uma campanha maciça de filiação ao PT do Rio", afirmou. Abreu, admirado por petistas e agregados aos governos do PT e (ator à parte), politicamente detestado por quem não esteja nessa lista, pessoas que tem ojeriza à sua bajulação excessiva aos recentes donos do poder no páis, Abreu jantou com um de seus ídolos, o condenado no mensalão Zé Dirceu, nesta semana, junto com o também ator Paulo Betti. Zé, diz a colunista, afirmou que conversaram sobre a candidatura do ator. Evanise Santos, mulher de Dirceu, tirou fotos do marido com os artistas, pelo celular.

TEATRO POLÍTICO Abreu faz o que sabe. Teatro. Diz que seu contrato na Globo vai até 2014 e alega que, se for eleito, ganhará bem menos. "Ganho muito mais na Globo. Como deputado, terei que baixar meu padrão de vida", afirmou. O recém declarado casamento gay, admitiu, também faz parte de seu show, só bandeira para se eleger. "Nunca tive caso homossexual. Não posso dizer que sou preto nem índio nem mulher nem pobre. Assumi posição de minoria. Quero ser vítima de preconceito".

No circo da política brasileira, onde eleitor paga ingresso, impostos e tem o direito de eleger os represenantes que merece. Se esse eleitor reclama depois de seu próprio ato é por ser charlatão. Deveria, antes, olhar o espelho de seu camarim doméstico, tirar a maquiagem de palhaço ou a máscara de inocente e assumir o papel de adulto nesse contínuo espetáculo.