O caso do suplente Pedro Arthur ocupar a cadeira do pai, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), que pediu afastamento por 121 dias do Senado depois de ter sido flagrado pela PF com dinheiro na cueca, voltou a chamar a atenção da imprensa para familiares suplentes de senadores. O Globo cita como exemplos o próprio presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP), cujo suplente é o irmão Josiel, atual candidato à prefeitura de Macapá; o senador Ciro Nogueira (PP-PI), do Centrão, que tem a mãe Eliane como suplente; e o líder do MDB, Eduardo Braga (AM), que tem a esposa Sandra na suplência. O jornal lembra que em 2013 o Senado aprovou com ampla maioria de votos, inclusive os de Braga e Nogueira, uma PEC que reduz de dois para um o número de suplentes e proíbe a eleição de cônjuge ou parente consanguíneo até segundo grau para o cargo. Porém, sete anos depois a proposta continua parada na Câmara dos Deputados. Além de parentes, senadores também costumam escolher como suplentes empresários que ajudam a financiar a campanha, prática comum em todo o Brasil.

Embora a Câmara esteja quase deserta devido ao recesso, o ex-vereador de Campo Grande Junior Coringa (PSD-MS) declarou ao Estadão de S.Paulo que quer fazer "quatro anos em um mês" no cargo de deputado federal. Ocupando a cadeira deixada pelo novo ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), Coringa, conforme o jornal, tem mantido intensa agenda de compromissos em seu gabinete em Brasília, onde recebe assessores e prefeitos de MS. Ele também teve audiências com ministros como o próprio Mandetta, Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Marcelo Álvaro (Turismo) e em Campo Grande com o chefe de gabinete do governador, Carlos Alberto de Assis. Sua meta é apresentar pelo menos dez projetos. Para que suas ideias não morram no fim do mês, quando deixar o cargo, Coringa terá apoio de um aliado. O deputado federal Fábio Trad (PSD-MS) explicou ao Estadão que vai procolocar os projetos do correligionário pela liderança do PSD, que vai revisar as matérias. "Em 30 dias, se o cara quiser, ele consegue fazer muita coisa", disse o entusiasmado Coringa ao Estadão.

Suplentes que assumiram cadeiras de deputados federais que assumiram outros cargos neste início de ano, nomearam mais de 70 assessores, apesar do recesso da Câmara, informa o Estadão de S.Paulo. Incluindo contratações de deputados que não se reelegeram, são 124 assessores nomeados em janeiro. Na lista dos suplentes divulgada pelo jornal, dois são de Mato Grosso do Sul: os ex-vereadores de Campo Grande Júnior Coringa (PSD), que ocupa a cadeira deixada pelo novo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e aparece em 5º lugar nas contratações com nove assessores; e Carla Stephanini (MDB), que conclui o mandato da nova ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), em  5º com três. O recordista de contratações com 22 assessores é o suplente mineiro Gustavo Mitre (PHS-MG), que assumiu a vaga deixada pelo novo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), informa o Estadão.