O delegado e ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, acusou parlamentares governistas, como a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o senador Jorginho Mello (PL-SC), de serem "financiados" por madeireiros. "Temos uma bancada do crime, de marginais, de bandidos", disse Saraiva à GloboNews.

Jair Bolsonaro rasgou elogios à ministra Tereza Cristina (Agricultura) e também destacou o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao discursar ontem na abertura do Circuito Agro, do Banco do Brasil, quando afirmou ontem que o agronegócio parou de ter "grandes problemas com a questão ambiental" e celebrou a redução de 80% no número de multas ao setor. No mesmo dia, foram divulgados dados de mapeamento por satélite apontando que a Amazônia Legal perdeu 10.222 km² de floresta entre janeiro e novembro de 2021, maior volume dos últimos 10 anos para o periodo.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão ao presidente Jair Bolsonaro. No lugar dele foi nomeado Joaquim Álvaro Pereira Leite, que comandava a Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta.

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo, autorizou ontem a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigar Ricardo Salles com base em notícia-crime apresentada no fim de maio pelo delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, acusando o ministro do Meio Ambiente de atrapalhar a operação que resultou na maior apreensão de madeira do Brasil, na Amazônia. Saraiva era superintendente da PF no Amazonas quando fez a denúncia e uma semana depois foi substituído no cargo pelo governo federal. Salles já é investigado em outro processo no STF, de relatoria do ministro Alexandre de Moraes, por supostamente ter facilitado a exportação ilegal de madeira brasileira aos Estados Unidos e à Europa.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, negou um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, para que ele deixasse a relatoria do inquérito sobre exportação ilegal de madeira que tem como um dos alvos o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente). Aras, que não foi avisado previamente da operação autorizada por Moraes, acionou o STF ontem alegando que o caso deveria ser entregue à ministra Cármen Lúcia, relatora de outro caso que envolve Salles - a notícia-crime apresentada pelo ex-superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, que acusou Salles de atrapalhar a maior apreensão de madeira extraída de forma ilegal já feita no Brasil. Alexandre de Moraes classificou a solicitação de Aras como "sui generis", disse que os fatos apurados são diferentes e que "não há qualquer dúvida" de que cabe a ele a relatoria do inquérito sobre a exportação ilegal de madeira. (Com G1)

O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, são alvos da Operação Akuanduba deflagrada hoje pela Polícia Federal que investiga a exportação ilegal de madeira do Brasil para os Estados Unidos e Europa com suposto aval das autoridades brasileiras. O ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Salles e expediu mandados de busca de apreensão "de itens, bens, documentos, mídias, dados e objetos" contra o ministro e mais 17 pessoas, além de cinco pessoas jurídicas: empresas, associações e madeireiras. Moraes também mandou afastar Bim do comando do Ibama e outros nove agentes públicos, e a suspensão imediata de um despacho de fevereiro do ano passado que permite exportar produtos florestais sem necessidade de emissão de autorizações de exportação. "Estima-se que o referido despacho, elaborado a pedido de empresas que tiveram cargas não licenciadas apreendidas nos EUA e Europa, resultou na regularização de mais de 8 mil cargas de madeira exportadas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020", informou a PF. Questionado após um evento hoje em Brasília hoje, Salles disse à jornalistas que ficou classificou a operação como "exagerada, desnecessária" afirmando que todos os investigados sempre estiveram "à disposição pra esclarecer quaisquer questões. (Com sites Metrópoles, G1 e ABr)

O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) está infectado com o novo coronavírus e deve ficar em isolamento em Brasília. "O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, testou positivo para a Covid-19 nesta terça-feira (16). Apresentou leve febre, mas passa bem. Manterá isolamento, conforme orientação médica", informou a assessoria da pasta em nota divulgada ontem. Salles é o 15º ministro do atual governo a contrair o vírus que, em junho do ano passado, também infectou o presidente Jair Bolsonaro e, em dezembro, o vice-presidente Hamilton Mourão.

O governo de Jair Bolsonaro, que hoje atribui a outros países o comércio de madeira ilegal, afrouxou no ano passado o processo de exportação do ipê, contra parecer técnico do Ibama para que a espécie fosse incluída em um sistema de monitoramento internacional de espécies ameaçadas, diz o Estadão de S.Paulo. "Com essa decisão, o ipê, que é a madeira brasileira mais cobiçada em todo o mundo, passou a ser vendida como qualquer espécie, sem nenhum controle específico, a preços de eucalipto", informa o jornal. Segundo o Estadão, depois de longa análise técnica e troca de informações com outros países, o ipê foi oficialmente indicado para entrar nesta lista, mas o Ministério do Meio Ambiente (MMA), sob comando de Ricardo Salles, decidiu excluir a espécie. O jornal diz ter apurado que a decisão foi tomada após as cúpulas da pasta e do Ibama ser pressionadas por madeireiros do Mato Grosso e do Pará para que a espécie não entrasse na lista da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (Cites, na sigla em inglês), alegando que a mudança iria atrapalhar o comércio internacional da madeira.

Visando amenizar as críticas ao Brasil pelos desmatamentos e queimadas na Amazônia e tentar evitar perder investimentos internacionais, o governo federal iniciou hoje uma missão de três dias que leva embaixadores de doze países para sobrevoar trechos da floresta e conhecer o bioma. O general Hamilton Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia e chefia a missão, disse que a intenção é mostrar que os órgãos do governo atuam para reduzir danos à floresta e monitorar a região. Além dos diplomatas da África do Sul, Espanha, Peru, Colômbia, Canadá, Suécia, Alemanha, Reino Unido, França, Portugal e a União Europeia e da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), participam da comitiva o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tereza Cristina (Agricultura) e Augusto Heleno (GSI) e representantes de órgãos federais como a PF e o Incra.