O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, O general da reserva Augusto Heleno, publicou nota hoje no Twitter criticando o pedido de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro, encaminhado pelo ministro do Supremo, Celso de Mello, à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que dê parecer sobre o assunto. O general da reserva diz na nota que o pedido é "inconcebível e, até certo ponto, inacreditável" e, em tom de ameaça, "alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia entre os poderes e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional".

A Procuradoria-Geral da República pediu nesta noite ao Tribunal Superior Eleitoral a impugnação da candidatura de Lula, solicitada no fim da tarde pela presidente do PT Gleisi Hoffmann. No requerimento, a procuradora-geral Raquel Dodge pede o cumprimento da Lei da Ficha Limpa que torna inelegível condenado em segunda instância, como o ex-presidente preso em Curitiba. A solicitação, conforme a GloboNews, foi encaminhado ao ministro Luis Roberto Barroso, relator do pedido petista no TSE.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, autorizou a inclusão do presidente Michel Temer, a pedido da procurador-geral da República, Raquel Dodge, como investigado em inquérito que apura repasses de R$ 10 milhões pela Odebrecht ao MDB em 2014, que teria sido acertado no Palácio do Jaburu, quando Temer era vice. Já são alvos do inquérito os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do MDB. Em 2017, ao pedir as diligências contra os ministros, o então procurador-geral, Rodrigo Janot, entendeu que a Constituição proibia investigar o presidente por supostos crimes anteriores ao seu mandato. Dodge, sucessora de Janot, entendeu difernte. Para ela o presidente pode ser investigado, mas não denunciado no exercício do cargo, e fez o pedido, acatado por Fachin.

A decisão Raquel Dodge de pedir ao Supremo a inclusão de Michel Temer no inquérito que apura supostos pagamentos ilícitos da Odebrecht ao PMDB em 2014, que teriam sido acertados em jantar no Palácio do Jaburu, quando Temer era vice-presidente, foi minimizada pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Na época da denúncia, o então procurador- geral, Rodrigo Janot, entendeu que a Constituição proibia investigar o presidente por supostos crimes anteriores ao mandato. Na petição, Dodge discordou. Indagado ontem pelo Estadão de S.Paulo, Marun afirmou: "É mais uma investigação que, se acontecer, não vai dar em nada". O ministro acrescentou: "se querem investigar, que investigue e chegarão a conclusão de que nada atinge a honra do presidente".  Conforme o jornal, o Planalto não quis comentar o pedido de Dodge.

Diz o Ancelmo Gois em blog no O Globo: "No livro que escreverá quando deixar a PGR, Rodrigo Janot publicará também bilhetinhos escritos à mão e enviados a ele, anonimamente, durante a operação Lava-Jato. Diz que muitos deles foram 'altamente relevantes para a operação'. A conferir."

Michel Temer quebrou a promessa que fez ao assumir o mandato de manter a tradição de avalisar o mais votado e escolheu hoje a procuradora Raquel Dodge, segunda mais votada da tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) para comandar a Procuradoria-Geral da República em substituição a Rodrigo Janot. O mais votado foi o atual vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, o preferido de Janot. Raquel tem apoio de caciques do PMDB como José Sarney, Renan Calheiros e o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio. Mesmo assim, não era a favorita do presidente. Temer teria certa preferência pelo subprocurador Mário Bonsaglia, que faz críticas pontuais à gestão de Janot e ficou em terceiro na lista. Agora, Raquel Dodge será sabatinada no Senado. Caso obtenha a aprovação dos senadores, ela tomará posse em setembro, quando expira o mandato de Janot.