O ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mandou hoje soltar Joesley Batista, da JBS, e os demais presos pela Polícia Federal na sexta-feira durante a Operação Capitu, desdobramento da Lava Jato que investiga suposto esquema de pagamento de propinas do grupo J&F para políticos do MDB em troca de medidas a seu favor no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015. Ao todo, 19 pessoas foram presas na operação. Na decisão, Cordeiro disse que os fatos atribuídos aos delatores são antigos e não justificariam as prisões. Mais cedo foi solto, também por ordem do STJ, o mato-grossense Neri Geller, ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff.

A Polícia Federal prendeu hoje na Operação Capitu, desdobramento da Lava Jato, dois ex-ministros da Agricultura no governo Dilma Rousseff (PT) - o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), e o deputado federal eleito Neri Geller (PP-MT) – acusados de participar de organização envolvida em propinas que atuava no ministério e na Câmara dos Deputados. Também foram presos os executivos da JBS Joesley Batista, Ricardo Saud e Demilton de Castro, e o deputado estadual mineiro João Magalhães (MDB) num total de 19 mandados de prisão temporária e 63 de busca e apreensão cumpridos, além de Minas, em Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e DF. Além de políticos, servidores, e executivos da JBS, o esquema envolve ainda uma rede de supermercados de Belo Horizonte. Baseada em delações premiadas, Capitu, o nome da operação, faz alusão à suposta traição de Capitu, personagem de Dom Casmurro, livro de Machado de Assis.