Um projeto que revoga a cota de 30% de candidaturas de mulheres foi apresentado hoje no Senado pelo baiano Angelo Coronel (PSD). O senador alega que a regra cria um "estímulo artificial" da participação feminina na política. Para o senador, a regra que obriga partidos a conseguir mulheres para preencher 30% das candidaturas se mostra ineficaz. Na justificativa, ele afirma que o "quadro se mostra ainda menos positivo quando se constata que mulheres têm sido compelidas a participar do processo eleitoral apenas para assegurar o percentual exigido, numa prática que se convencionou denominar candidaturas laranjas”. "Acredito que as mulheres ficarão felizes em ver que estou trabalhando pela igualdade”, disse Coronel ao site O Antagonista.

Projeto de lei apresentado na Câmara prevê que mulheres tenham prioridade sobre homens em caso de empate nas eleições. "Ou seja, caso uma mulher e um homem tenham a mesma quantidade de votos, a candidata fica com a vaga. Caso o empate seja entre mulheres, a mais velha assume", diz o Lauro Jardim em blog no O Globo. Ao justificar sua proposta, o deputado Luis Tibé (Avante-MG) afirma: "Fica evidente que o déficit da participação política das mulheres é uma deficiência do sistema político, independentemente de qualquer outra consideração – e deve ser combatido pura e simplesmente por isso."

"Uma das decisões mais importantes para a mulher brasileira de toda a história", disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao comentar hoje no Senado a decisão tomada ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao responder consulta de um grupo de deputadas e senadores, que os partidos devem repassar 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), que deve ter R$ 1,7 milhão neste ano, para candidaturas de mulheres, que também terão 30% do tempo de rádio e TV da propaganda eleitoral. "O grande passo é que a mulher agora vai ter condições de concorrer em pé de igualdade com os homens", afirmou Simone. "Antes, os presidentes de partidos, e eu presenciei isso várias vezes, buscavam mulheres apenas para preenchar a cota [de candidatas]", acrescentou. Veja o vídeo.