O governador Eduardo Riedel lançou hoje a Política de Incentivo ao uso do GNV (gás natural veicular), que vai beneficiar 7 mil motoristas em Mato Grosso do Sul. 

Rudel Espíndola Trindade Junior deixará a presidência da MSGás para assumir a direção do Detran-MS até segunda-feira. O governo de MS alega que o rearranjo ocorre após a lacuna deixada pelo assassinato do assessor especial de Gestão Política e ex-prefeito de Amambai, Dirceu Lanzarini,  há duas semanas, morto por um funcionário durante discussão em sua fazenda, cargo que será preenchido pelo atual diretor do Detran e ex-prefeito de Laguna Carapã, Luiz Carlos da Rocha Lima. Para presidir a MSGás, o escolhido é o atual diretor de Administração e Finanças, Rui Pires dos Santos, cujo nome ainda terá de ser aprovado pelo conselho da estatal. Engenheiro civil com mestrado e doutorado em Engenharia de Transporte pela UERJ, o aquidauanense Rudel já presidiu o Detran durante o governo de Wilson Martins (1995-1998) e comandou Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) de Campo Grande, no segundo mandato do prefeito Nelsinho Trad (2009-2012).

O governador Reinaldo Azambuja apresentou a um grupo seleto de empresários no 2º Café com Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ontem, quatro projetos de negócios que devem somar mais de R$ 8 bilhões em investimentos em Mato Grosso do Sul: a concessão da rodovia MS-306, as parcerias público privadas (PPPs) da Infovia Digital (serviços de transmissão de voz, dados e imagens por meio de rede de fibra de alta capacidade em todo o estado) e Esgotamento Sanitário (parceria com a Sanesul para universalização do sistema de esgoto) e a privatização da MSGás. A concessão da MS-306 – 219 km de rodovia que começa na divisa de MS com Goiás e passa por Costa Rica, Chapadão do Sul e Cassilândia – é o primeiro projeto a ser ofertado em pregão na Bovespa, no dia 5 de dezembro, pelo critério de maior oferta de outorga. Conforme o governo, esses recursos serão revertidos ao Fundersul para manutenção da malha rodoviária estadual.

A Sanesul e MSGás geraram, juntas, lucro líquido de R$ 108,227 milhões em 2018. O resultado coloca Mato Grosso do Sul ao lado do Rio Grande do Sul e o Sergipe como os três únicos estados brasileiros que mais receberam do que injetaram recursos em suas estatais, conforme painel do Tesouro Nacional. Ao divulgar os dados, o governo de MS diz que as empresas têm ampliado o atendimento à população. Desde 2015, a MSGÁS multiplicou por cinco o número de clientes, de cerca de 2 mil para 10 mil; e a Sanesul ampliou em 1.350 km a rede de água e em 1.249 km a rede de esgoto e hoje atende 590 mil consumidores em 68 municípios e 61 distritos. Para o presidente da MS-Gás, Rudel Espíndola Trindade Junior, os lucros resultam de redução de gastos e otimização dos serviços. "Estamos tendo lucro todos os anos. Com isso, pagamos dividendos que são usados para obras prioritárias, escolas, saúde e segurança. É um círculo virtuoso, fruto de uma metodologia moderna de gestão", afirma.

Desativada há dois anos, a Usina William Arjona, primeira termelétrica do Brasil a usar gás natural da Bolívia para geração de energia deve voltar a funcionar dentro de três meses no distrito de Imbirussu, em Campo Grande. Inaugurada em 1999, a UTE tem capacidade de produzir 206,35 megawatts de energia e foi recentemente adquirida pelo Grupo Delta Energia. A empresa "vislumbra o mercado do gás em fase de mudanças" com as novas regras editadas pelo governo federal que abriram o mercado do combustível, até então comandado pela Petrobras, e que devem reduzir em até 40% o preço do insumo, disse na segunda-feira o sócio da Delta, Ricardo Lisboa, ao governador Reinaldo Azambuja. No encontro, o presidente da MS-Gás, Rudel Trindade, afirmou que a reativação da usina beneficiará o Estado com arrecadação do ICMS e reforço da produção de energia, além da geração de empregos.

Com promessa de paralisação de servidores da MSGás a partir das 13h30 para participar do debate para os quais estão convidados vários sindicatos de estatais estaduais e federais no estado, acontece nesta quinta-feira, a partir das 14h, na Assembleia Legislativa de MS a audiência pública "Privatizações: o desmonte dos serviços públicos e os prejuízos à população". O aumento das tarifas da água, luz, gás e atividades bancárias estarão no centro do debate, diz o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que organiza a audiência. "A MSGás é uma empresa que dá lucro para o Estado. Não tem necessidade de vender algo que está dando certo", afirma o advogado Tiago Andreotti, , servidor da empresa de gás.