A investigação sobre o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi enviada ao Supremo, onde terá como relatora a ministra Cármen Lúcia. A medida foi tomada pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal (MPF) que diz haver indício de que o presidente Jair Bolsonaro possa ter interferido nas investigações da Polícia Federal.

Um dia depois da prisão, o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, deverá ser solto conforme decisão liminar expedida hoje pelo desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional Federal (TRF-1). A decisão também vale para os outros presos ontem (22) pela Polícia Federal, como os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, denunciados por prefeitos de cobrarem propina para liberar verbas do MEC.

A Polícia Federal deflagrou hoje operação que mira o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores evangélicos suspeitos de montar um gabinete paralelo no MEC para liberar verbas. 

Em meio ao escândalo da revelação feita pelo Estadão de um "gabinete paralelo" comandado por pastores evangélicos que negociavam verbas da pasta com prefeitos cobrando propinas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, entregou hoje pedido de exoneração do cargo ao presidente Jair Bolsonaro. 

O Ministério da Educação acelerou a liberação de verbas para prefeitos após a interferência do gabinete paralelo formado por pastores para atuar na pasta, informa a manchete de hoje do Estadão, relatando que em conversa gravada, o chefe do MEC, Milton Ribeiro, admitiu que prioriza prefeitos que chegam via pastores e disse que segue ordem de Jair Bolsonaro. 

O presidente Jair Bolsonaro anunciou no Facebook nesta sexta-feira Milton Ribeiro como novo ministro da Educação. Pastor da Igreja Presbiteriana em Santos e vice-reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ribeiro é membro da Comissão de Ética da Presidência da República onde foi nomeado pelo atual governo em maio do ano passado. Ele é o quarto ministro a comandar o MEC em um ano e meio do governo Bolsonaro, depois de Ricardo Vélez Rodríguez, Abraham Weintraub e Carlos Alberto Decotelli. A escolha ocorre depois de o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, ter recusado o convite para assumir o posto após críticas de bolsonaristas contra ele. A nomeação já foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.