Maurício Valeixo prestou depoimento hoje na sede da Polícia Federal, em Curitiba, no inquérito para apurar denúncias de Sérgio Moro que saiu do governo acusando Jair Bolsonaro de suposta interferência política na corporação. Conforme O Globo, Valeixo afirmou que o presidente disse a ele, por telefone, que não tinha nada "contra sua pessoa", mas queria alguém com quem tivesse mais "afinidade" para comandar a corporação e afirmou que sua exoneração seria publicada "a pedido" e ele não fez objeção, embora não tenha pedido para sair. "Valeixo afirmou ainda que nunca recebeu pedidos por parte de Bolsonaro de interferências em investigações ou de acesso a inquéritos sigilosos", diz o jornal.

O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro anunciou hoje que escolheu o delegado Maurício Valeixo, para ser diretor-geral da Polícia Federal. Superintendente da PF no Paraná, Valeixo atuou em fases da Lava Jato e coordenou a operação de prisão de Lula. Moro também informou que a delegada Érika Marena, superintendente da PF no Sergipe, assumirá o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Disse, ainda, que vai convidar o atual diretor-geral da PF, Rogério Galloro, para assumir alguma função no ministério, informa o G1. "Eu sempre afirmei que seria eu um tolo se não aproveitasse pessoas que trabalharam comigo, especialmente no âmbito da Operação Lava Jato, que essas pessoas já provaram tanto a sua integridade quanto a sua eficiência", declarou Sérgio Moro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o QG da transição em Brasília.