O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal no Distrito Federal neste domingo depois que um grupo de bolsonaristas invadiu e depredou as sedes do Congresso Nacional, do Supremo e o Palácio do Planalto. 

Além do problema com a migração de venezuelanos, a crise em Roraima se agravou com a paralisação das forças de segurança e agentes penitenciários por salários atrasados e o presidente Michel Temer decretou intervenção federal no estado. A governadora Suely Campos (PP) será afastada e o governador eleito Antonio Denarium (PSL) nomeado interventor para comandar o estado até a posse em janeiro. Temer disse que a intervenção foi negociada com a governadora como saída legal para resolver os problemas salariais.

"A pergunta que não quer calar. Essa ansiada caçada aos milicianos, muitos deles policiais civis e militares, inclusive das Forças Armadas, seria possível se não houvesse intervenção federal na segurança pública do Rio?", questiona o Ancelmo Gois em blog no O Globo. 

"A sociedade deve ser estimulada a reagir à ideia de que 'o criminoso é vítima da mesquinheza social'. Vítima é a sociedade. Criminoso é criminoso!" escreveu hoje no Twitter o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Dias da Costa Villas Boas, ao comentar estudo feito de ações feitas na intervenção federal no Rio de Janeiro com ações similares no combate à insegurança pública feita em outros países.

 Você é a favor ou contra o Exército abater bandido armado? Dos 147 leitores que opinaram na Enquete encerrada hoje no Blog, 131 (89.12%) são a favor; 12 (8.16%) foram contra e 4 (2.72%) disseram não ter opinião formada sobre o assunto.

O general Braga Netto, interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, reúne-se hoje com o juiz federal Marcelo Bretas, responsável por ações da Lava-Jato no estado. "É possivel que a Justiça Federal transfira recursos desviados dos réus para ajudar no combate ao crime", diz o Ancelmo Gois em blog no O Globo.

Pesquisa do Ibope, encomendada pelo Planalto, 86% dos brasileiros apoiam a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. "O governo recebeu este resultado anteontem. A pesquisa tem margem de erro de quatro pontos percentuais. No dia em que a intervenção foi anunciada, 16 de fevereiro, o Ibope realizou sua primeira pesquisa sobre o tema. Na ocasião, o apoio à medida era de 83%", diz o Lauro Jardim em O Globo.

Do jornalista Ancelmo Gois, parabenizando Michel Temer hoje em blog no O Globo: "Dai a César o que é de César. Palmas para Temer. Ele merece. FH, Lula e Dilma, sob a desculpa de que a polícia é função constitucional dos estados, acovardaram-se em relação à segurança pública. Pouco importa se foi por motivo miúdo que o presidente criou um Ministério da Segurança. Alguma coisa se mexeu. 'Meno male'."

O governo anunciou oficial hoje a criação do Ministério da Segurança Pública, que "coordenará e promoverá a integração dos serviços de segurança pública de todo o território nacional em parceria com os entes federativos", por meio de decreto de Michel Temer a ser publicado amanhã no Diário Oficial da União. A nova pasta será comandada por Raul Jungmann, que deixará o Ministério da Defesa, que tem a coordenação das Forças Armadas, e depois de 20 anos voltará a ser comandado por um militar, o general do Exército Joaquim Silva Luna.