Jair Bolsonaro assinou hoje decreto que revoga o horário de verão e põe fim à mudança, a cada ano, de uma hora o fuso em estados como Mato Grosso do Sul. Em ato no Palácio do Planalto, o presidente disse que estudos constataram que a medida afeta o relógio biológico da população e já não gera economia de energia que justifique sua manutenção. "As conclusões foram coincidentes: questão de economia, o horário de pico era mais pra 15h, então não tinha mais a razão de ser, não economizava mais energia; e na área de saúde, mesmo sendo uma hora apenas, mexia com o relógio biológico das pessoas", disse. Veja o vídeo.

Durante o café da manhã com jornalistas hoje no Planalto, Jair Bolsonaro disse que o Brasil não terá horário de verão neste ano e sinalizou que a tendência para o futuro é acabar com a mudança de horário no País, informa o Estadão de S.Paulo. "Tomei a decisão que neste ano não teremos horário de verão", afirmou. Nesta semana, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, já havia informado (leia aqui) que está preparando um estudo que será entregue ao presidente na semana que vem para que ele possa avaliar o assunto. 

Jair Bolsonaro, que volta amanhã de Israel, deve decidir a partir da semana que vem sobre o fim do horário de verão que obriga moradores de Mato Grosso do Sul e de outros estados a atrasarem e adiantarem relógios a cada ano. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que será concluido até a próxima semana um estudo solicitado pelo presidente, para que ele possa avaliar o assunto. "O presidente já deu declarações no passado de que era contrário ao horário de verão. Mas pediu de forma totalmente isenta para que eu apresente o estudo para ele tomar a decisão" disse ontem o ministro à imprensa em Israel, onde integra a comitiva presidencial.

O deputado federal Luiz Ovando (PSL-MS) quer acabar com o horário de verão. Em projeto apresentado na Câmara, Ovando alega que o horário diferenciado "causa problemas para a população, sobretudo para os mais humildes", diz a revista IstoÉ.

Este sábado terá a noite mais longa do ano com o fim do horário de verão em Mato Grosso do Sul e outros dez estados (MT, GO, SP, RJ, MG, PR, SC, RS, ES e o DF), onde os relógios devem ser atrasados em uma hora à meia-noite. Adotada desde 1985, a medida visa aproveitar a luz do sol e economizar energia, mas com o crescimento de uso de aparelhos de ar condicionado e outros fatores nos últimos anos, estudos do governo apontam que essa economia vem se tornando quase nula e tem cogitado acabar com a mudança de horário.

Quinze dias mais curto, adiado para depois das eleições a pedido da Justiça Eleitoral, o horário de verão começa neste domingo, que terá a madrugada mais curta do ato. À meia-noite de hoje os relógios devem ser adiantados em uma hora em Mato Grosso do Sul e nos demais estados das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste. O encerramento do horário diferenciado não foi modificado: será no terceiro domingo de fevereiro.

O governo federal recuou e decidiu manter o início do horário de verão para o primeiro sábado de novembro, dia 3. A decisão foi anunciada ontem pelo Planalto, cancelando novo adiamento que havia anunciado para o dia 18 de novembro, a pedido do MEC, por causa das provas do Enem. O término continua sendo o terceiro domingo de fevereiro. Geralmente, o horário começa em outubro, mas foi adiado para novembro em virtude do segundo turno das eleições. Além de Mato Grosso do Sul, o horário diferenciado abrange neste ano os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso e o Distrito Federal.