A Câmara dos Deputados aprovou por 391 votos a 6 ontem a Medida Provisória 890/19, que cria o Programa Médicos pelo Brasil para substituir o Mais Médicos, em vigor desde 2013, com o objetivo de ampliar a oferta de serviços médicos em locais afastados ou com população de alta vulnerabilidade. O texto aprovado é o projeto de lei de conversão de autoria do relator na comissão mista, senador Confúcio Moura (MDB-RO), que propõe a reincorporação ao programa dos médicos cubanos por dois anos. Poderão pedir a reincorporação os cubanos que atuaram no Brasil e ficaram no País após o rompimento do acordo com Cuba. A MP precisa ser aprovada até amanhã no Senado para não perder a validade.

O Ministério da Saúde planeja oferecer um curso de Medicina da Família para os cerca de 1,8 mil médicos cubanos que se recusaram a voltar à ilha e hoje não podem exercer a profissão no Brasil onde estão vivendo de subempregos. Em blog no O Globo, Lauro Jardim diz que conforme a proposta do ministro Luiz Henrique Mandetta, os cubanos "teriam um prazo de dois anos para atualizarem seus conhecimentos e fazerem uma prova de revalidação de seus diplomas, com conteúdo acadêmico exigido nas universidades de Medicina daqui".

O Ministério da Saúde planeja regularizar a situação de cerca de 2 mil médicos cubanos que permaneceram no Brasil após a saída de Cuba com o Programa Mais Médicos, muitos deles desempregados ou atuando em subempregos na condição de exilados. A ideia é uma reformulação do programa que deve constar de um pacote a ser enviado ao Congresso em abril. "Devemos ter uma proposta de como essas pessoas podem se reencontrar com a sua profissão, legalizados, e poder exercer sua profissão, já que eles são muito mais vítimas dessa negociação que foi feita entre países do que propriamente atores de algum ato que os colocasse dentro do país em situação irregular", afirmou o ministro Luiz Henrique Mandetta em audiência ontem na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. "Temos uma série desses profissionais hoje trabalhando em secretarias de saúde, trabalhando como balconistas de farmácia, agentes comunitários. Talvez eles possam, com certeza, legalizar a sua situação profissional e podem ser sim uma opção de trabalho num país livre e democrático”, emendou. (Com ABr)

"Diferente do que diz o corrupto preso Lula sobre o novo governo ser preconceituoso por retirar médicos cubanos do país, foi Cuba que os retirou por recusar-se a pagar salário integral a eles... Oferecemos asilo aos que querem ficar. Informações estão chegando erradas na cadeia."

Carlos Marun elogiou a ação de cubanos no Mais Médicos e defendeu que médicos formados em universidades públicas ou com financiamentos públicos sejam enviados para atuar em pequenas cidades do interior no programa. "Na verdade, precisa quase que uma mudança de filosofia na medicina brasileira, pelo menos nesses jovens que estão iniciando", disse à imprensa o ministro da Secretaria de Governo, em evento ontem na Confederação Brasileira dos Municípios (CMN).

"O problema não é Cuba. O problema é nós formarmos aqui anualmente milhares de médicos custeados pela sociedade brasileira, em grande parte em universidades públicas, e quando nós precisamos mandar médicos para pequenas cidades do interior nós temos que buscar em Cuba”, afirmou no evento em que o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, anunciou a publicação hoje do edital com 8,5 mil vagas para médicos brasileiros e estrangeiros formados no Brasil, no programa.

Para Carlos Marun, a experiência com os cubanos no interior do país foi um sucesso. "A realidade é que o interior do Brasil precisava de médicos, e esse programa, pode ter defeitos na sua concretização, na forma de se operar, agora a realidade é que a população do nosso interior gostou sim dos médicos cubanos", declarou. (Com G1)