O presidente Lula embarcou nesta sexta-feira para mais uma viagem internacional, rumo para Havana, capital de Cuba, para participar da Cúpula do G77 + China. Na sequência, seguirá para Nova Ioquer (EUA), onde fará o primeiro discurso do debate geral de chefes de Estado da 78ª Assembleia Geral da ONU, na próxima terça-feira.

Uma forte explosão destruiu boa parte do Hotel Saratoga, no centro de Havana, e pelo menos oito pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas, informou a mídia estatal de Cuba nesta sexta-feira.

Pela primeira vez em mais de 60 anos, milhares de pessoas saíram às ruas em Cuba neste domingo para protestar contra o governo gritando "liberdade" e "abaixo a ditadura". O presidente do país, Miguel Díaz-Canel, fez um pronunciamento na TV para convocar seus apoiadores para "confrontar" os manifestantes.

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, que estava no México, passou por Cuba para uma consulta médica e chegou hoje à Argentina na condição de asilado político oferecida pelo novo governo, agora comandado por Alberto Fernández. "Entra na condição de asilado e depois passará a ter a de refugiado", afirmou o ministro das Relações Exteriores argentino, Felipe Solá, a uma emissora de TV de Buenos Aires. No Twitter, Evo agradeceu os governos do México e da Argentina e disse que está "forte e animado" para seguir "lutando pelos mais humildes".

Nicolás Maduro esteve em Havana neste domingo, em uma visita não anunciada, para participar do encerramento do "Encontro Anti-imperialista de Solidariedade, pela Democracia e contra o Neloliberalismo" com representantes de organizações e partidos de esquerda de diversos países. Conforme a agência EFE de notícias, os participantes assinaram um documento de "solidariedade a Cuba" contra o embargo financeiro dos EUA. No evento foi lida uma mensagem de Lula, preso em Curitiba, defendido por Cuba como vítima de perseguição política; e as eleições de López Obrador no México e de Alberto Fernandez na Argentina foram celebradas como enfraquecimento da direita no continente. Maduro também manifestou apoio à Evo Morales, alvo de protestos e acusações de fraude nas eleições para o quarto mandato na Bolívia. Conforme o venezuelano, Evo "está decidido a resistir e superar um golpe de Estado promovido por uma direita fascista que se nega a reconhecer a vontade do povo boliviano".

O apoio da Rússia seria o que ainda mantém o ditador Nicolás Maduro na Venezuela depois que parte dos militares passou a apoiar Juan Guaidó, conforme o chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo. Ele afirmou hoje à rede CNN que Maduro estava pronto para deixar a Venezuela rumo à Havana, mas foi convecido a ficar pela Rússia. "Ele tinha um avião na pista, estava pronto para sair nesta manhã, pelo que sabemos, e os russos lhe disseram que deveria ficar", disse Pompeo. O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou hoje aplicar um "embargo total a Cuba", caso o regime da ilha não coloque fim a seu apoio ao ditador venezuelano.

Devastada pela crise política e econômica e com precária situação de saúde, a Venezuela deve receber os médicos cubanos que deixaram o Brasil por ordem de Havana após a eleição de Jair Bolsonaro. "Na próxima semana teremos um evento especial para celebrar a chegada de dois mil novos médicos comunitários que estão sendo enviados por Cuba" anunciou Nicolás Maduro ontem, na TV. "O fascismo brasileiro deu fim a seu programa de Saúde e 2 mil médicos estão vindo à Venezuela", declarou, sem detalhar como vai pagar Cuba. Clínicas comandadas por médicos cubanos eram um dos carros-chefe do governo do ex-presidente  Hugo Chávez, durante 14 anos no comando da Venezuela até sua morte em 2013. O envio de petróleo à Cuba, na época, ajudou a Venezuela a pagar pelos serviços. (Com O Globo)

"Diferente do que diz o corrupto preso Lula sobre o novo governo ser preconceituoso por retirar médicos cubanos do país, foi Cuba que os retirou por recusar-se a pagar salário integral a eles... Oferecemos asilo aos que querem ficar. Informações estão chegando erradas na cadeia."

Primeiro representante da esquerda a chegar ao poder no México, o novo presidente Andrés Manuel López Obrador, que tomou posse neste fim de semana, pretende receber pelo menos 3 mil médicos cubanos que atuaram no Brasil e criar uma versão mexicana do programa Mais Médicos. Conforme o jornal O Estado de S.Paulo, Obrador tem um plano de austeridade que inclui a redução do salário de servidores, dentre eles os médicos, e os cubanos ajudariam a cobrir esses cortes. As negociações com o governo de Cuba começaram em setembro, com participação de Lázaro Cárdenas Batel, o novo coordenador de assessores da presidência do México, que mantém sólida amizade com lideranças do PT. Há três meses, o pai dele, Cuauhtémoc Cárdenas Solórzano, visitou Lula na prisão em Curitiba e disse várias vezes em público que o ex-presidente brasileiro é vítima de "injustiça", lembra o Estadão.