Cinco dias depois de ser nomeado como ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli pediu demissão nesta tarde do cargo após rápido encontro com o presidente Jair Bolsonaro. A passagem relâmpago de Decotelli pelo MEC foi marcada por contestações de informações falsas incluídas em seu currículo que cumilnaram com mais uma feita hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que negou que ele tenha sido professor da instituição, onde atuou "apenas nos cursos de formação continuada".

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou nota hoje informando que Carlos Alberto Decotelli da Silva não foi professor nem pesquisador da instituição, como ele anunciou em seu curriculo para assumir o comando do Ministério da Educação. O Estadão informa que o presidente Jair Bolsonaro ficou irritado ao saber de mais uma incoerência no curriculo do ministro, que volta a balançar no cargo depois de ter doutorado e pós-doutorados questionados por universidades estrangeiras. A nota da FGV diz que Decotelli cursou mestrado na instituição, concluído em 2008. "Prof. Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação". 

Após ter sua posse adiada pelo Planalto, o professor Carlos Alberto Decotelli da Silva se reuniu na noite anterior com o presidente Jair Bolsonaro e saiu dizendo à imprensa que continua como ministro da Educação. "Sou ministro, tenho trabalhos agora e vou ficar até de noite para corrigir os ajustes no Enem, Sisu", declarou. Depois do encontro, Bolsonaro escreveu no Facebook que desde quando anunciou Decotelli para o MEC só recebeu "mensagens de trabalho e honradez". O presidente afirmou ainda que por "inadequações curriculares o professor vem enfrentando todas as formas de deslegitimação" para a pasta, mas está "ciente de seu equívoco" e "não pretende ser um problema" para o ministério. "Todos aqueles que conviveram com ele comprovam sua capacidade para construir uma Educação inclusiva e de oportunidades para todos", disse Bolsonaro.

O governo de Jair Bolsonaro adiou a posse de Carlos Alberto Decotelli, como ministro da Educação, por causa de incoerências em seu currículo. Ele havia sido nomeado na semana passada, em substituição a Abraham Weintraub. Conforme a imprensa, uma reunião foi marcada para esta noite no Planalto para discutir alguns nomes que poderão assumir o MEC.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje o professor Carlos Alberto Decotelli da Silva como novo ministro da Educação. A nomeação já foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Primeiro ministro negro do atual governo, Decotelli é o terceiro a comandar o MEC, em substituição a Abraham Weintraub, exonerado na semana passada. Bolsonaro postou foto ao lado do novo ministro nas redes sociais e escreveu: "Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, mestre pela FGV, doutor pela Universidade de Rosário, Argentina, e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha". Oficial da reserva da Marinha, Decotelli foi professor da Escola de Guerra Naval, no Centro de Jogos de Guerra; presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) de fevereiro e agosto do ano passado, e atuou na Secretaria de Modalidades Especializadas do MEC.