Uma arara-canindé resgatada na cidade por policiais militares ambientais com ferimentos grave, vítima de possível atropelamento no fim da semana passada, foi submetida a uma cirurgia inédita de implante de bico no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) de Campo Grande. "Nós já havíamos realizado pequenas cirurgias de reparo em casco de jaboti, mas o procedimento na arara foi mais complexo. Utilizamos um bico de animal já falecido, que foi recortado, ajustado com resina de dentista e fixado com parafusos ortopédicos, para que a arara fique bem e consiga se alimentar", diz o veterinário Lucas Cazati, chefe da equipe. A princípio, a arara será alimentada com frutas macias, como o mamão. "É um período que exige cuidados, mas nosso prognóstico é de que em até dois meses ela poderá ter condições de voltar à natureza", disse o cirurgião, que agora pretende montar um "banco de bicos" no local para casos semelhantes. "Aqui no Cras, nós recebemos muitas aves com o bico quebrado. Queremos agora dar início a um banco de bicos. Também vamos compartilhar essa experiência com a comunidade científica, por meio de artigo científico", afirmou. Ele atuou com os veterinários Aline Duarte, Diogo Borges e Heitor Corrêa Lopes; os biólogos Allyson Favero e Márcia Delmondes, a zootecnista Claudia Medina e apoio do setor de radiologia veterinária da UFMS.