No vizinho Mato Grosso, o pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, dono de 11 fazendas no município de Barão de Melgaço, é acusado de desmatar 80 mil hectares do Pantanal (o tamanho da cidade de Campinas, em SP) para plantar capim e fazer pastos usando 25 agrotóxicos, um deles com a substância 2,4-D - a mesma presente no chamado agente laranja, usado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.
Leia maisProjeto de lei que proíbe o comércio e uso em Mato Grosso do Sul de insumos agrícolas que tenham em sua composição o glifosato, foi apresentado na Assembleia pelo deputado Pedro Kemp (PT) sob justificativa de que o produto está relacionado ao aumento da morte das crianças contaminadas e com diagnósticos de leucemia.
Leia maisA maioria dos ministros do Supremo votou por suspender os efeitos da portaria 43/20 do Ministério da Agricultura que estabelece prazos para a aprovação tácita de agrotóxicos, dispensando a análise pelos órgãos competentes. O relator, Ricardo Lewandowski, já havia suspendido os efeitos da portaria que entraria em vigor no dia 1º de abril, até decisão definitiva do plenário sobre ações movidas pelos partidos Rede e PSOL, por considerar o perigo de grave lesão à saúde pública que a liberação indiscriminada de agrotóxicos. Seu voto já foi acompanhado por mais oito ministros: Dias Toffoli, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Rosa Weber e Marco Aurélio Mello. A finalização da votação é prevista para sexta-feira. Leia mais aqui no site Migalhas jurídicas.
Ao participar hoje da abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, a ministra Tereza Cristina (Agricultura), destacou as oportunidades que o acordo Mercosul - União Europeia vai oferecer para o agronegócio brasileiro e defendeu que é preciso "ganhar a guerra da comunicação" em referência a notícias na mídia sobre perigos dos agrotóxicos à saúde da população e referentes ao desmatamento no Brasil.
"É inadmissível que o agronegócio brasileiro tenha tido nessa última semana um bombardeio pela mídia nacional, querendo colocar desinformação aos brasileiros, falando sobre o alimento inseguro, o que não é verdade. Eu quero aqui dizer a todos os brasileiros e brasileiras, que eu sou mãe, eu sou avó, e eu tenho convicção de que estamos fazendo o melhor para o nosso país. Que a fila dos registros (dos agrotóxicos) andar rápido é uma questão de trazer tecnologia e segurança, e não o atraso, como querem colocar a pecha no agronegócio brasileiro", afirmou (veja o vídeo abaixo).
Tereza Cristina disse depois do evento, à imprensa, que a liberação de registro de novos agrotóxicos foi acelerada, mas as exigências continuam as mesmas e que pesticidas e herbicidas usados no Brasil também são usados em "quase todos os países do mundo". Tereza disse ainda que o tema do desmatamento também precisa de ações focadas na comunicação. "Nós apanhamos da mídia internacional direto".
E, mais uma vez, sobre o nosso setor. Tenho convicção de que estamos fazendo o melhor para o nosso país. pic.twitter.com/GqULrWkJln
— Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) August 5, 2019