O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, disse que não deve pautar em curto prazo o julgamento sobre a descriminalização do aborto. Para ele, "o debate não está amadurecido na sociedade brasileira, e as pessoas ainda não têm a exata consciência do que está sendo discutido".

Senadores da Argentina aprovaram na madrugada de hoje, por 38 votos a 29, a legalização do aborto até a 14ª semana de gestação. Já confirmada na Câmara dos Deputados, a medida, que foi uma das promessas de campanha de Alberto Fernández, deve ser sancionada pelo presidente, que hoje afirmou que sociedade argentina "é melhor ao ampliar o direito das mulheres". O governo estima entre 370 mil e 520 mil abortos clandestinos por ano no país e diz que, desde a restauração da democracia em 1983, mais de 3 mil mulheres morreram devido a abortos ilegais. O Congresso argentino também aprovou a 'Lei dos 1.000 dias', para dar apoio material e de saúde às mulheres de setores vulneráveis que desejam levar adiante a gravidez, para que dificuldades econômicas não sejam motivo para abortar. Grupos de mulheres comemoraram a decisão do Congresso nas ruas de Buenos Aires.

A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou hoje por 129 votos a favor, 125 contra e uma abstenção, projeto que legaliza o aborto até a 14ª semana de gestação no país vizinho. Depois deste prazo, a interrupção da gravidez só poderá ser realizada em casos de estupro, se representar risco para a vida e a saúde da mãe ou se o feto tiver alguma malformação "incompatível com a vida extrauterina". Eram necessários 128 votos para que o texto avançasse para o Senado. A sessão iniciada ontem durou mais de 22h e milhares de argentinos, contra e a favor da medida, viraram a noite em frente ao Congresso, com um frio de 5 graus. Conforme a Agência Télam, 500 mil abortos clandestinos são feitos por ano no país e cerca de 60 mil resultam em complicações e mortes.