Papo de Arquibancada


Trenzinho atropelou o Palmeiras



Elton conquistou o título em 2010

Ironia da Globo.Com traduz a queda dos
Quatro clubes brasileiros eliminados da Libertadores numa só noite. Strike ilustrou a GloboEsporte.Com, usando definição, no boliche, para a queda de todos os pinos numa só tacada. Nas Minas Gerais, de "bicho-papão" da primeira fase, a Raposa parecia desdentada. Embora pudesse até perder por um gol de diferença para se classificar, o Cruzeiro, na "toca", levou 2 a 0 do Once Caldas. Ao término do jogo o técnico Cuca acertou uma cotovelada no atacante Renteria. Psicólogo diria ser trauma. Não de infância, mas da terceira idade, ou da segunda desclassificação. É que em 2004 o time colombiano eliminou o São Paulo da Libertadores e foi campeão do torneio. E nem precisa ser psicólogo pra saber quem era o técnico. Coisa que fica gravada no subconsciente da... ops, do Cuca. Coincidentemente ou não, o traumático Once Caldas vai pegar nas quartas de finais o único brasileiro que permanece vivo na competição, o Santos, dirigido pelo técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo que não conseguiu ganhar Libertadores pelo Tricolor. Quem sabe vai curar o trauma. Ou não.

Outro que podia perder até por 1 a 0 e, assim como o Cruzeiro, sentou em cima da vantagem e esqueceu de jogar foi o Fluminense. Parece que a fama de time guerreiro tão badalada pela imprensa carioca depois da vitória de 3 a 1 inflou tanto o ego dos jogadores que a partida estava ganha. E o frágil Libertad, que pouco fez na primeira etapa, viu que estava diante de um salto alto sem precendentes no segundo tempo. Resultado foi que os paraguaios anteciparam a hora da siesta e acordaram no segundo tempo metendo 3 a 0 em cima do clube das Laranjeiras. E, cá entre nós, foi uma tremenda sorte do Fluminense que essa parte do jogo durava só 45 minutos, por sinal, momento em que levou o terceiro gol. Porque, cá entre nós, se os paraguaios tivessem jogado alguns minutos mais, ou, pior, se tivessem a mesma atitude na primeira etapa, teriam aplicado uma goleada histórica que daria até enredo de escola de samba carioca. 

E lá no extremo sul do pais, o Internacional, atual campeão da Libertadores, também entrou em campo com vantagem. Em um Beira Rio lotado, bastava empatar sem gols e seguir em frente na competição. E parecia que levaria fácil ao abrir o placar logo no início do jogo. Mas, faltando apenas cinco minutos da etapa final, o Peñarol ensinou que Libertadores se joga com vontade, coisa que locutor de rádio e TV costuma chamar de "raça". E foi com essa tal "raça" que os argentinos seguraram a pressão do Colorado e deixaram os adversários corados (pra não dizer vermelhos) literalmente, em casa, pra seguir em frente na competição.  Aos colorados, resta o consolo de que não poderão ser ironizados pelos principais adversários. É que pra completar o strike, lá no Chile um Grêmio quase reserva, de tantos desfalques, confirmou o adeus à competição ao perder por 1 a 0 para o Universidad Católica. 

Pelo jeito ninguém aprendeu a lição didática do empate sem gols do Santos na noite anterior que garantiu ao Peixe, no maior sufuco, o direito de seguir em frente na competição. Essa partida já havia deixado bem claro uma coisa difícil de notar em jogos de brasileiros contra brasileiros em que todos se nivelam pelos mesmos objetivos: fama e dinheiro ou vice-versa. É que, embora tecnicamente sejam superiores à maioria dos adversários dos países vizinhos, os clubes tupiniquins não têm como disfarçar na Libertadores que são equipes cheias de garotos cheios de grana e de bajulação da mídia, inflados pela vaidade, assim como a maioria dos técnicos, jogando contra times menos qualificados com jogadores praticamente desconhecidos e mal pagos (na maioria dos casos) e treinadores menos badalados ainda. Mas, na maioria dos casos, dotados de algo que faz a diferença. Algo que se chama vontade. Coisa que comentarista esportivo brasileiro, por não estar acostumado a ver, até baba no microfone ao chamar de... "raça".




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PC de Oliveira no clássico de domingo
O árbitro Paulo César de Oliveira, de 37 anos, disse que vai questionar na justiça o técnico do Palmeiras Luiz Feli Scolari que afirmou que a arbitragem do jogo em que o Corinthians eliminou seu time nas semifinais do Paulistão, nos pênaltis, no domingo, foi premeditada. Em entrevista à Folha de S.Paulo divulgada hoje, PC de Oliveira disse que nunca apitou um jogo tão nervoso e polêmico quanto o clássico no Pacaembu e diz ter sido alvo de uma "covardia" pela polêmica sobre o sorteio, já que um jornal havia antecipado sua escolha. Leia, abaixo, a entrevista:

Folha - Como o senhor avalia a arbitragem de domingo?

Paulo César de Oliveira - Não posso, por determinação da Fifa, comentar sobre lances do jogo. Mas estou absolutamente tranquilo. Não me estressei em momento algum. Estou acostumado com esse tipo de pressão. Minha consciência está tranquila.

P - E sobre a polêmica do sorteio que indicou seu nome?

R - Foi uma infelicidade o que publicaram [jornal antecipou sua escolha]. O sorteio é ao vivo, aberto. Foi uma grande irresponsabilidade, colocaram vários sob suspeição. Tudo que foi criado, covardemente, poderia ter acarretado em tragédia. Fizeram uma covardia comigo.

P - O senhor cogitou não apitar o clássico?

R - De maneira nenhuma. Me preparei para suportar toda a pressão. Se eu não apito o jogo, abre-se caminho para uma falência da arbitragem.

P - Acha que a tensão do jogo foi fruto da polêmica do sorteio?

R - Não tenho dúvidas. Tudo que aconteceu foi em função do que foi criado durante a semana. Clássicos são nervosos, mas esse foi demais. Eu nunca tinha presenciado uma partida tão tensa, nem em Libertadores. Antes de começar, já havia tensão e nervosismo dos jogadores.

P - E o que achou das declarações de Scolari?

R - Já acionei meu advogado. Estamos reunindo as gravações e vamos acioná-lo na Justiça comum. Mesmo se a Justiça desportiva o punir, também vamos acioná-lo na esfera comum. O que ele disse foi muito grave.

P - Se encontrá-lo em um jogo, vai cumprimentá-lo?

R - Bom, ontem [anteontem] já não houve cumprimento. Acho que cada um deve fazer sua parte, ele no banco, com seu time, e eu apitando. Cada um segue a sua vida.




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