'Não renuncio; se quiserem, me derrubem'

'Não renuncio; se quiserem, me derrubem'
Legenda: Michel diz que foi 'ingênuo' ao ser usado por Joesley Batista em delação que beneficiou o empresário

Postado por Marco Eusébio , 22 Maio 2017 às 12:19 - em: Principal

Dizendo que renunciar seria uma "admissão de culpa", Michel Temer reafirma que não vai abdicar do cargo e desafiou opositores: "Se quiserem, me derrubem", diz em entrevista publicada hoje pela Folha de S.Paulo. O presidente afirma que não sabia que Joesley Batista era investigado quando recebeu o empresário em março, fora da agenda, no Jaburu. Na ocasião, Joesley usava um gravador escondido visando negociar seu acordo de delação premiada com a Lava Jato.
 
Questionado sobre sua eventual culpa, Temer responde: "Ingenuidade. Fui ingênuo ao receber uma pessoa naquele momento". Como a lei determina o registro do encontro na agenda, o presidente também reconhece que também falhou nesse ponto. Sobre o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, hoje deputado federal pelo PMDB-PR, flagrado com uma mala de dinheiro, Michel Temer diz que mantinha com ele "relação institucional". Afirma ainda que o apoio do PSDB durará até 31 de dezembro deste ano e que vai revelar força política na "votação de matérias importantes".
 
Na entrevista, Temer volta a criticar a forma como foi gravado e como os irmãos Joesley e Wesley Batista tiveram tratamento diferente de outros investigados. "Ele não teve uma informação privilegiada, ele produziu uma informação privilegiada. Ele sabia, empresário sagaz como é, que no momento em que ele entregasse a gravação, o dólar subiria e as ações de sua empresa cairiam. Ele comprou US$ 1 bilhão e vendeu as ações antes da queda."