Na coletiva de Cristovam Buarque (PDT-DF) em Campo Grande, perguntei se, como seu partido cogita disputar a Presidência em 2014 e diante da queda de popularidade de Dilma Rousseff (PT) e com o povo clamando nas ruas por uma política menos corrupta, ele não seria candidato ao cargo. O senador, que ao se candidatar com poucas chances e recursos em 2006 foi uma espécie de "Dom Quixote" lutando contra "moinhos de vento" impossíveis de ser batidos num devaneio por um país mais justo, respondeu:

 

– "O PDT tem de ter candidatura própria. Porém, minha vez passou. Perdeu o charme do ineditismo quixotesco do que foi minha candidatura em 2006."

 

Vale lembrar que quando candidato a comandar o Brasil, Buarque foi ridicularizado. Adversários fizeram correr a versão de que ele só pensava em educação. Se o país tivesse sido educado com qualidade naquela época, como defendia o senador, provavelmente teria avançado muito. No mínimo, a nova geração de eleitores saberia escolher melhor seus representantes.

 

Afinal, embora alguns protestantes tentem se eximir da própria culpa hoje satanizando a política, os parlamentos e governos são apenas retrato da sociedade que os elege.

 

Enquanto a maioria dos eleitores for corrupta, desde jovem, como acadêmicos que vendem voto na maioria das cidades brasileiras ao escolher políticos como padrinhos ou paraninfos de turma para bancar suas formaturas, é óbvio ululante, como bem diria Nelson Rodrigues, que vão ter como representantes no poder gente igual a eles.

 

Embora seja gente mais "esperta" do que eles.

 

Do tipo que se vende como eles fazem. Mas cobra muito mais caro.





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