Conhecido por retratar a história política de Mato Grosso do Sul desde o fim da década dos anos de chumbo de 70, o repórter-fotográfico Roberto Higa afirmou hoje que está espantando com a tentativa de censura do assessor de comunicação da Prefeitura de Campo Grande, que em declarações à imprensa prometeu processá-lo alegando que não autorizou o uso de sua imagem, por causa de uma foto em que ele aparece em meio a protestos na Câmara dos Vereadores durante a sessão que ameaçava cassar o mandato do prefeito Alcides Bernal (PP), mas acabou suspensa por liminar judicial.  Depois de publicar um desabafo no Facebook, Roberto Higa afirmou aqui ao Blog:
 
– "Eu admiro ver em pleno século 21 uma pessoa que é responsável pela Comunicação de uma prefeitura de Capital falar em autorização para ser fotografado num evento público. Para ô! Censura não! O cara estava lá brigando e fotografei. Sinceramente eu nem o conhecia. Não sabia que era responsável pela comunicação do Bernal. Achei que era um manifestante qualquer."
 
Para comparar, Higa citou um episódio ocorrido na época do então prefeito Levy Dias, no início dos anos 70:
 
– "Trabalho desde 1968, época do regime militar, e nunca vi isso. Um absurdo. Quando em 1973 o então prefeito Levy Dias ia entregar o SAE (Serviço de Água e Esgoto) à Sanemat, ele teve de ir à antiga Câmara, que ficava na Avenida Calógeras, se justificar. Fiz foto dele bebendo um copo d´água que ilustrou as manchetes e o prefeito não gostou. Mas nunca me censurou. Quando eu chegava onde ele estava, seu assessor de imprensa, o Landes (Luiz Lands Reynoso de Farias, empresário dono da FM Capital) avisava: ´olha prefeito, o japonês taí, se cuida`."
 
– "Ver hoje um assessor falar em autorização de uso de imagem e ameçar processar por causa de sua própria foto é absurdo. Imagina se a moda pega e a Dilma, o Obama, o André ou qualquer outro político inventar de processar repórteres-fotográficos, depois de se exporem em público. Os tribunais não terão outra coisa a fazer."









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