"A temperatura subiu neste verão. Mais que em outros verões. No Rio, chegou aos 42º C. Em SP, 38º C. Sensação térmica em alguns lugares beirando os 50º C. Mas a temperatura ambiental está mais alta. Refiro-me ao clima que se respira nas ruas: insegurança, medo, assaltos, black blocs, assassinato de cinegrafista, greve de ônibus, greve de policiais federais, movimentos em série, vandalismo, repressão policial, descrença nos políticos, inflação se expandindo nas gôndolas de supermercados e feiras-livres, falta de energia, apagões, falta d´água, etc. Até parece que um cordão embebido de gasolina corre em direção ao arsenal de pólvora. Exagero? Pode ser. Mas a imagem, confesso, bateu na mente. Enxergo um estado geral de beligerância."




 
"A campanha eleitoral começou. Sabe-se que o prazo legal para candidatos irem às ruas é 6 de julho. Mas poucos observam isso. O candidato do PT, Alexandre Padilha, foi entronizado por Lula em comício no interior. Até ônibus especial, que se transformará na casa ambulante de Padilha, foi devidamente preparado. A campanha do PT será muito organizada. Terá comitês de conteúdo, batalhão de comunicadores e repassadores de informações, analistas de pesquisas, coordenadores regionais, tesoureiro, agências e consultores variados. Será a campanha mais densa da história do PT em SP. Mote: ou vai ou racha. O chefe da comunicação é o jornalista Eduardo Oinegue.
 
A caravana
 
O candidato Padilha agora é funcionário do PT, com salário de R$ 10 mil mensais. Vai fazer uma batelada de viagens pelo Estado em um ônibus especial. As caravanas lembrarão o roteiro de Lula. O ônibus, que não deve fazer nenhuma referência direta às eleições por conta de legislação, adquirido por leasing, foi adaptado para abrigar cerca de 12 pessoas. O veículo será uma espécie de escritório volante, com uma mesa de reuniões."




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