Por Severino Francisco no Correio Braziliense:
– "´Quando morri, um dia abri os olhos e era Brasília. Eu estava sozinha no mundo. Não chorei nenhuma vez em Brasília. Não tinha lugar. — É uma praia sem mar.— Em Brasília não há por onde entrar, nem por onde sair. Todo um lado de frieza humana que eu tenho, encontro em mim aqui em Brasília, e floresce gélido, potente, força gelada da Natureza.`
Quem lê as duas crônicas que Clarice Lispector escreveu sobre Brasília costuma perguntar: “Que droga essa mulher tomou?”. Não tomou nenhuma; foi tomada de assombro pela espacialidade da capital modernista. Ela era lisérgica pela própria natureza e não precisava de aditivos químicos para ter iluminações: “A inspiração não é loucura; é Deus”, escreveu.
Se, ao visitar Brasília, Nelson Rodrigues se ateve aos fatos pateticamente triviais, às moças fazendo xixi detrás das moitas nas estradas, ao pó do Planalto — que ele declarou sagrado —, Clarice dirigiu o olhar ao céu, ao mar de ponta-cabeça em movimento silencioso, ao cinema transcendental das nuvens, à luminosidade prateada dos dias, à magnitude das noites brasilianas e ao silêncio visual da cidade.
Ela não faz muitas menções explícitas ao céu, mas ele está implícito em quase tudo que escreveu. Repete, frequentemente, o fato de Brasília ser uma cidade redonda, construída na linha do horizonte, assolada pelo esplendor de uma luz branca. É o espanto em face do espaço aberto que desencadeia as epifanias brasilianas de Clarice: “Aqui eu tenho medo, esse silêncio visual que eu amo.”
Leia aqui a íntegra no Correio Braziliense.
Publicitário preferido dos petistas desde a campanha que levou Lula à Presidência da República em 2002, Duda Mendonça será responsável pelo marketing de campanha do senador Delcídio do Amaral (PT) ao governo de MS, dentre outras Brasil afora, conforme antecipou a Veja há um ano (leia aqui). O marqueteiro baiano, entretanto, não deve vir ao estado. Como faz de praxe nas eleições regionais, deve traçar a estratégia de campanha a ser executada por sua equipe.