Garimpando História


Repórter Antônio Carlos de Oliveira (o Pastel, já falecido) entrevista o então prefeito Levy Dias



Opala movido a empurrão de taxista na Avenida Mato Grosso

Árbitro Barbosa e o bandeira Nilson Pereira apitando ComercialXFlamengo em 75

A foto acima do acervo do repórter-fotográfico Roberto Higa mostra, da esquerda para a direita, o árbitro Victor Pinto Barbosa e o auxiliar (bandeirinha) Nilson Pereira em jogo Comercial x Flamengo no Morenão, em 1975. Eis a prova para quem não acreditava que, antes de virar colunista social dos VIPs de Campo Grande no extinto Diário da Serra, no fim dos anos 70, Nilson Pereira, hoje colunista do site Midiamax, foi árbitro de futebol profissional na época que os clássicos Comerário lotavam estádio e Operário e Comercial eram temidos no futebol regional e nacional. Para ilustrar essa época, vamos descrever uma história contada pelo próprio protagonista, que aconteceu no ano seguinte....

 

Em 1976 o Operário já estava garantido no Brasileirão por ter sido campeão estadual do então Mato Grosso uno e seu rival campo-grandense Comercial disputava a segunda vaga com o Mixto de Cuiabá. O árbitro Nilson Pereira, que na época trabalhava como repórter da editoria de Polícia do Diário da Serra, havia sido escalado para apitar a partida. Ele próprio conta que, na tarde daquele dia, recebeu um telefonema do bandeirinha vermelha (na época tinha bandeirinha vermelha e amarela) dizendo que queria conversar sobre o jogo de logo mais à noite. 

 
– “Fui levado pelo bandeirinha para falar com um advogado que tinha escritório na Rua 13 de Maio, próximo à agência do Bradesco. Lá ele falou que o Comercial precisava ganhar para participar do campeonato brasileiro, falou da rivalidade que existia entre Campo Grande e Cuiabá  etc e tal. Vi que tinha um cheque virado em cima da mesa dele e fiquei curioso para saber o valor. Quando me mostrou o cheque, vi que a grana daria para comprar um Fusca na época” – conta o ex-árbitro.
 
Nilson diz que recusou a proposta e pediu dez vezes aquele valor sabendo que os interessados na vitória do Comercial não iriam bancar.
 
– “Fui para o jornal e fiz uma carta endereçada ao major José Maraviesck (representante da Federação de Futebol de MT em Campo Grande) contando o acontecido e dizendo que se eles aceitassem pagar aquele valor exorbitante doaria o dinheiro ao Asilo São João Bosco. Por volta das 19h recebo o telefonema do mesmo advogado dizendo que não dava para pagar aquele valor. Diante da negativa, fui apitar o jogo. Mas, antes, no vestiário, chamei meus dois bandeirinhas e disse que se eu os pegasse favorecendo o Comercial (os dois tinham sido comprados) eu iria expulsá-los”, relembra Nilson Pereira. 
 
O Comercial não podia perder nem empatar o jogo para conseguir a vaga no brasileiro. O primeiro tempo terminou um a zero para o Comercial. Nilson Pereira conta que no intervalo, quando foi para o vestiário da arbitragem, encontrou três homens na porta. “Eles avisaram que se o jogo não terminasse com a vitoria do Comercial eu seria um homem morto”, relata. 
 
– “Voltei para o segundo tempo e o Comercial estava próximo de conquistar a vaga quando, aos 42 minutos, chamei o Bife, centro-avante do Mixto, e mandei ele cair na área. Lembro que o goleiro do Comercial era o paraguaio Higino Gamarra. O Bife caiu na área, aos 43 minutos e marquei pênalti para o Mixto. Bife bateu, marcou e o time cuiabano representou o Mato Grosso no campeonato brasileiro junto com o Operário. E eu... estou aqui para contar a história” – narra o ex-árbitro Nilson Pereira.




Lúdio Coelho e Marilu Guimarães no fim da década de 80

Candidata do antigo PFL apoiada pelo então prefeito Lúdio Coelho para sua sucessão em Campo Grande nas primeiras eleições de dois turnos, em 1992, a ex-vice-prefeita e deputada federal Marilu Guimarães teve de fazer sua campanha na maior saia justa. É que se multiplicavam em todo o Brasil os protestos contra Collor e Lúdio impedia que ela se manifestasse contra o presidente da época para não correr risco de o Planalto deixar a cidade sem recursos federais para os projetos municipais.

 

Collor pedia à população para usar verde-amarelo em seu apoio e caras-pintadas saíam às ruas com fita preta. O Brasil fervilhava e a candidata tinha de se conter. Numa passeata local contra o ex-presidente, marqueteiros colocaram Marilu em esquina da Rua Dom Aquino para ela andar pouco menos de uma quadra com o grupo e poderem filmar para o programa eleitoral. Um dia, preocupada, ela convocou a equipe e questionou:

 
– "O que vamos fazer?”
 
O staff da campanha sugeriu que ela fosse conversar com o prefeito. Desfilaram uma série de argumentos que, garantiram, convenceriam o homem. Pelo jeito não conheciam Lúdio Coelho. Quando Marilu acabou de falar, ele "concordou" avisando, entretanto, que sairia da campanha. Ela, obviamente, nem tentou insistir. 
 
A deputada só foi à alforria no dia da votação do Congresso, quando apareceu nas redes de televisão dizendo sim ao impecheament. Lúdio viu o voto bombástico da pupila pela TV. Apesar de hipertenso, não precisou dos remédios. Sabia que, àquela altura, já não haveria ninguém assumindo a defesa do ex-presidente...  
 
Quanto às eleições daquele ano, Marilú foi para o segundo turno, mas Juvêncio da Fonseca (PMDB) acabou virando prefeito.




Em uma "domingueira" do Rádio Clube de Campo Grande em 1954 na foto acima, da esquerda para a direita sentados Nelson Corrêa, Uriel Raghianti, Julio Nimer (atrás), Abdala Jalad, Benjamim Corrêa da Costa, Alfredo Scaff e Edson C. Contar. Em pé: Nicola, Ivon Moreira do Egito Fº, Salomão Ortiz, Sebastião Jorge Figueiredo e Felix Pedra. Um desses personagens, descendente do fundador da cidade, o jornalista e escritor Edson Contar, adaptou as reminiscências dessa época no artigo abaixo e enviou com a foto acima para deleite dos leitore(a)s da seção Garimpando História do Blog...

...Edson Contar(*)

Guerra & Paz - Nossa Juventude Briguenta (I)

Nos anos cinquenta, ninguém cheirava trigo, nem fumava folha de mandioca pra ficar valente. Rachas eram outra coisa e energéticos eram gemada, emulsão de scott e vinho reconstituinte Silva Araujo. Vai daí que a moçada era sadia e, pra descarregar energia, nada como uma boa briga, fosse por ciúmes, por ofensa às mães ou pelo simples prazer de brigar. Simplesmente, brigar!

Muitas vezes, a coisa começava do nada. Havia os especialistas em promover encrencas, provocando um lado e outro, atiçando (como se dizia à época) só pra ver o circo pegar fogo...

Bastava riscar o chão e dizer para os contendores:

- “Quem for mais homem, pisa aqui!”

Era o bastante para começarem os empurrões e dai pros socos e a platéia fazia uma roda, torcendo pra ver alguém sangrar pelo nariz.

Um dos palcos das grandes brigas, em Campo Grande, era o Rádio Clube...

No meu tempo, lembro-me da célebre briga do Arizinho Coelho de Oliveira com aspirantes Exército que aqui serviam e tomavam nossas namoradas. Ary, contando com o seu protetor, meu irmão Laurindo, enfrentou uma dúzia deles e acabou envolvendo todo mundo num bafafá que foi parar no meio da rua. Alí, Laurindo, enlouquecido com tanto murro que levava, acabou desferindo um direto em meu outro irmão, Eduardo, fantasiado de morcego negro, julgando ser um agressor que chegava pelas suas costas. Eduardo foi a nocaute e o valente Laurindo danou chorar que só...Arizinho subiu num jipe e derrubou o resto.

Outra refrega memorável, aconteceu na quadra de esportes, quando jogávamos contra o XV de novembro  uma partida de basquete. Os amigos Ecycles Ferreira e o brigão Uriel Raghianty se desentenderam e a turma da cizânia aproveitou pra botar lenha na fogueira. Começou ali, a mais longa briga que conheci até os dias de hoje. A luta foi parar na praça que ainda era mato e tinha uma clareira no meio. Brigaram por quase uma hora, sob aplausos dos sádicos torcedores. A certa altura, cansados e arrebentados, resolveram interrromper o combate, marcando para o dia seguinte, no mesmo horário e lugar, a continuação da briga que durou três dias e, ao final, abraços ensanguentados dos dois. Entenda quem puder. O Uri era um "rixoso juramentado" e, ao mesmo tempo, amigão sentimental.

E os irmãos Rondom? Saiam da frente!... João, o mais velho, arrumava encrenca e Lino, o mais novo entrava com tudo, arrasando a arrumação do clube e provocando uma briga generalizada que acabava em filas na Santa Casa, para curativos em geral. Eram muito bons de briga os “leões do Sena”.

Jayme Pimentel e seu irmão e escudeiro Rubens (Rubão) era outra dupla do barulho. Jaynme arrumava as brigas e o Rubão era quem segurava a bronca. Foram muitos os quebra-quebra promovidos pelos meninos no Rádio Clube, mesmo enfrentando a rígida educação imposta pelo pai, o saudoso professor Pimentel.

Fora dali, o mais encrenqueiro que conheci foi o Omar Raslan. Magrelo, pequeno e de pavio curto, encarava tudo e todos pra desespero do professor Nagib e tia Latife . Num verdadeiro ritual masoquista, Omar ia, diáriamente, até a praça (hoje chamada de Ary Coelho) que ficava em frente a sua casa e lá procurava uns engraxates com os quais tinha rixa antiga. Todos os dias, lá ia o Omar, xingar, provocar, até levar uma surra de seis “inimigos” e saia correndo, feliz da vida: - “Apanhei mas bati também!” dizia. Acreditem ou não, ele ainda arrumava tempo para ir ao Circulo Militar e lá arrumar mais uma briguinha, com o Ernani Figueiredo, e outros.

Certa vez, arrumamos rixa com alguns sargentos da Polícia do Exército, a temida PE. Resolvemos ir até a União dos Sargentos levando conosco o super Alfredo Scaff, fortão, enorme e bom de briga. Tudo pelo Omar!Resultado: o Scaff se mandou pra um canto e ficou rindo ao ver a gente levar tanta bolacha. Omar acabou desmaiado sobre uma bicicleta. Eu, Mujiquinha e Clodoaldo descemos ladeira abaixo, em frangalhos. 

Outros brigões célebres foram Walmir Floriano de Araujo, que não levava desaforo pra casa, chegando a enfrentar uma turma liderada por um italianinho que veio afrontá-lo, acompanhado de quatro amigos. Ia ser a maior surra , não fosse a interferência do irmão Waldir S Pereira Jr, que botou ordem no galinheiro e desafiou que apenas um deles enfrentasse o Walmir. Ninguém se habilitou e todos se salvaram. Walmir era outro que não aceitava um simples olhar de alguém... -"Tá olhando o que????"... Pronto, ninguém mais segurava!

O importante é que todos esses brigões acabaram se tornando adultos responsáveis, pais de familia e profissionais de destaque na cidade, calmos, inteiros, corretos e de boa paz!

Depois tem mais...O espaço acabou mas vem mais brigas por aí!

O Ministério da Saudade Adverte!...Brigar faz bem à saúde!

(*Edson C. Contar é jornalista e escritor, em Campo Grande-MS - reportur@yahoo.com.br)





Adhemar de Barros (foto) foi um dos mais influentes políticos de São Paulo e de todo o Brasil durante quase três décadas, dos anos 30 aos anos 60 do recente século passado. Médico, empresário e oriundo de família de tradicionais cafeicultores paulistas, suas campanhas eleitorais eram bem elaboradas e junto com o ex-deputado paulista Hugo Borghi (pioneiro no uso de slogans e do rádio nas campanhas), é considerado um dos pioneiros do marketing eleitoral no Brasil. Um dos slogans de campanha,  não assumido abertamente, era "Ademar rouba, mas faz". A frase teria sido cunhada por seu adversário, Paulo Duarte. Mas em vez de reclamar, ele se apoderou dela e a usou como lema de sua campanha para prefeito de São Paulo, em 1957, se promovendo em cima das inúmeras acusações de corrupção. Reza a lenda que, em um comício em Bauru (SP), Adhemar, batendo a mão no bolso, afirmou:

– "Neste bolso nunca entrou dinheiro do povo!" 

Na plateia, alguém teria gritado: 

– "De calça nova, né doutor?”

Seus adversários diziam também que existia a "Caixinha do Ademar" para financiar as campanhas eleitorais. Em reposta à crítica, após ser inocentado em denúncias de negociatas que se custaram uma época de exílio, Adhemar, ao voltar ao Brasil, encomendou a Herivelto Martins e Benedito Lacerda uma marchinha intitulada "A Caixinha do Adhemar", cuja letra dizia...

“Quem não conhece, Não ouviu falar

Na famosa “caixinha do Ademar”,

Que deu livro, deu remédio, deu estrada,

Caixinha abençoada (…)

Já se comenta de norte a sul

Com Adhemar tá tudo azul.

Deixa falar toda essa gente maldizente,

Deixa quem quiser falar (…)

Essa gente que não tem o que fazer
 
Faz de tudo, mas não cumpre seu dever

Enquanto eles engordam tubarões,

A caixinha defende o bem-estar de milhões”. 


Observadores da política nacional acreditam que Adhemar de Barros fez escola na política brasileira onde diversos políticos que vieram depois dele conseguiram se manter no poder mesmo diante de acusações de enriquecimento com o dinheiro público, adorados pelo povo através de boas campanhas de marketing e seguindo o mesmo lema, não assumido, de "rouba mas faz". Sobre essas acusações, estes, como Adhemar, com certeza continuam dizendo... deixa essa gente falar. 


Clique no ícone abaixo e ouça a "Caixinha do Adhemar" na voz de Nelson Gonçalves...









Nas fotos acima, o ex-prefeito de Campo Grande Lúdio Coelho ao lado de seu então assessor de imprensa Maranhão Viegas concedendo entrevista coletiva. E ambos em caminhada na Praça Belmar Fidalgo.

Por Inorbel Maranhão Viegas (*)

O amigo jornalista, Marco Eusébio, viu uma foto antiga e me pediu alguma história de jornalista pra ela. Foi o que bastou para me provocar. Lembrei do "Seo" Lúdio. E surgiram três histórias bem legais.
 

A importância da ponte

“Seo” Lúdio. Era assim que o povo tratava Lúdio Martins Coelho, o prefeito mais popular que Campo Grande já teve. E um dos mais ricos também. A riqueza vinha de família. O pai dele foi um dos maiores fazendeiros do antigo Mato Grosso. E os filhos trataram de cuidar bem do patrimônio. Tão bem que o multiplicaram em muitas vezes. 

Mas, nem toda a riqueza serviu para tirar o jeito interiorano do “Seo” Lúdio. Ele não esbanjava. Não dava demonstrações públicas de riqueza. E ainda tinha um jeito de se comunicar que lhe garantia total identidade com o povo. Eu sempre achei que esse jeitão meio caboclo, no fundo, no fundo, não passava de uma bela estratégia de marketing pessoal. 

Era o prefeito das coisas simples. Tratava a cidade como quem trata a sua própria família. Ou, o seu curral, diziam os críticos mais ácidos. Mas o povão adorava o “Seo” Lúdio. Invariavelmente, iniciava ou terminava os seus discursos dizendo que "Campo Grande era bom pra criar criança e fortalecer a família". E tinha tiradas sensacionais. 

Um dia, ele inaugurava uma das pontes sobre o córrego Prosa. Nessa época, o Roberto Higa era o fotógrafo da Prefeitura e experimentava uma sofisticação – uma câmera Polaroid, com a qual tirava as fotos e entregava na hora ao fotografado. Com autógrafo e tudo do prefeito, causando um imenso alvoroço. “Seo” Lúdio adorava. E o povão, mais ainda. 

A ponte era um antigo desejo da comunidade e ía facilitar muito o tráfego na região. O evento era tão importante que a Rádio Educação Rural decidiu transmitir ao vivo. Na hora marcada, havia uma quantidade grande de repórteres de TV, rádio e jornal; faixas, foguetes, a "furiosa" da Prefeitura tocando marchinhas e o povão lá, festejando. Um repórter mais apressado correu para o prefeito e tascou-lhe a pergunta à queima roupa, antes de todo mundo: Prefeito qual a importância dessa ponte? “Seo” Lúdio olhou de um lado e de outro e mandou ver: - Meu filho, essa ponte é importante porque passa gente, carro e bicicleta por cima; e muita água por baixo!


A nomeação e a queda

Um dia, “Seo” Lúdio mandou me chamar, queria uma conversa em reservado comigo. Eu era diretor de jornalismo da TV Guanandi, afiliada da Rede Bandeirantes e não tinha nenhuma proximidade com ele. Mesmo assim, fui. E me surpreendi com um convite para assumir a Secretaria de Comunicação da Prefeitura. 

Foi uma longa conversa. Para cada argumento eu tinha um questionamento. Eu resistia muito à idéia de assumir um cargo tão importante sem ter intimidade com ele ou com sua equipe. Mas, ao final, me pôs em xeque: Olha aqui, você é um dos jornalistas que mais me critica. E apesar disso, é um dos que eu mais respeito. Não tenho o que reclamar de você. Sua crítica e bem feita. Eu estou tendo problemas com a minha comunicação. Então, já que você sabe tanto criticar, deve saber o que é preciso fazer para a Prefeitura funcionar bem nessa área. Eu terminei aceitando o convite.

Concluída a conversa, ele chamou o secretário de Administração e determinou a minha nomeação. No dia seguinte, o Diário Oficial trazia a nomeação de “Maranhão Viegas” para a Comunicação Municipal. Corri no prefeito para falar que acontecera um equívoco. O “Maranhão Viegas” não existia de fato. Eu usava apenas como nome profissional. Meu nome mesmo era Inorbel Viegas. 

O prefeito não teve dúvidas, chamou o secretário de novo, mandou demitir o Maranhão e nomear o Inorbel Viegas. A passagem relâmpago do “Maranhão Viegas” pela Comunicação do “Seo” Lúdio causou estranheza em muita gente. Não lembro quantos amigos me procuraram querendo saber o que havia acontecido? Quem era aquele cara, de mesmo sobrenome, que tinha me substituído? Qual erro eu havia cometido para durar tão pouco no cargo? 

Naqueles dias, o "Maranhão Viegas" deu muitas explicações. Mas o "Inorbel Viegas", felizmente, seguiu firme no cargo até o último dia do mandato do “Seo” Lúdio. 


A pesquisa

A eleição já estava bem avançada e a candidata do “Seo” Lúdio não ia lá muito bem das pernas. Naquele dia, ao final da tarde, ele decidiu fazer uma das coisas que mais gostava - andar entre o povo, em uma feira de frutas e verduras. No meio da caminhada, foi alcançado por uma repórter de TV que lhe informou os resultados da mais recente pesquisa e do mau desempenho da candidata dele. 

Ele sorriu e disse que já conhecia os números. Ela então perguntou se ele toparia uma entrevista. Ele disse: Respondo, desde que seja só uma pergunta, ainda tenho muito que andar com esse povão. Ela topou. Um sinal para o câmera, luz acesa, microfone em punho e ela mandou: “Seo” Lúdio como o senhor viu o resultado da última pesquisa? Ao que ele respondeu: Vi como você, pela televisão! E encerrou a conversa.

(*Inorbel Maranhão Viegas, mais conhecido como Maranhão Viegas, é jornalista hoje residente em Brasília e foi assessor de imprensa da segunda gestão do tucano Lúdio Coelho quando este foi prefeito de Campo Grande de 1989 a 1992)