Tio e sobrinho contam como saíram vivos de um ataque de onça-pintada no Pantanal

Fotos Anderson Gallo/Diário Corumbaense, Reprodução
Tio e sobrinho contam como saíram vivos de um ataque de onça-pintada no Pantanal
Tio e sobrinho viram a morte de frente, foram feridos, ficaram três dias no Hospital de Corumbá, mas escaparam com vida depois de terem sido atacados por uma onça-pintada em uma fazenda na região do Castelo, no Pantanal sul-mato-grossense na sexta-feira anterior. Depois de receber alta ontem, Isac Araújo Pimenta de Lima, de 23 anos, e seu tio Oséias Araújo, de 43, contaram ao jornal Diário Corumbaense a história.
 
Isac relatou como ocorreu o ataque:
 
– “Fomos tirar o gado de um arrendamento e chegando lá tinha uns urubus numa área de mato e fui olhar porque sempre tem gado que morre. Desci do cavalo e falei pra ele [para o tio] que achava que era onça. Quando cheguei lá perto, ela saiu e veio em mim. Gritei que era onça mesmo, corri, pulei numa árvore e ela veio e pegou minha perna. Ele viu, veio ajudar e ela atacou ele.”
 
Oséias, que também foi mordido e ferido pelas garras do felino ao socorrer o sobrinho, considera um milagre terem conseguido escapar vivos. 
 
– “Na hora que ela bateu a boca eu golpeei o braço e escapei não sei como. Pegou uma unha dela na perna, conseguimos não sei como escapar e saímos ´vazado` a cavalo. Andamos uns quarenta ou cinquenta minutos para chegar até a sede e chamar um avião. Se desmaiasse, tinha morrido”. 
 
A cavalgada em busca de socorro, afirmou Oséias, foi feita com muita dor e com os ferimentos sangrando bastante. “Não tinha jeito, tinha que ir. Ou montava a cavalo ou morria”, frisou. Pantaneiro experiente, ele afirmou nunca ter visto uma onça se comportar da forma. “É normal ela chegar comer a carniça e ir embora, não fica assim cuidando. Foi um caso a parte. O comportamento do animal ninguém sabe, cada um tem um jeito. Foi ajuda de Deus, vi aquele bicho ‘trompar’ em mim. Sorte que ela não veio atrás da gente, se viesse...”
 
Tio e sobrinho vão ficar pelas próximas semanas na casa de parentes, em Corumbá, dando sequência à medicação, troca de curativos e fisioterapia até poderem voltar à lida na fazenda. “Nossa vida é lá, temos criação de gado, a gente arrenda campo”, finalizou Oséias.
 
 


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Postado por: Marco Eusébio, 05 Agosto 2014 às 09:30 - em: Principal


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