OAB FEDERAL: A grandeza que queremos Murilo Marques (*)

OAB FEDERAL: A grandeza que queremos

Na sexta-feira, dia 27 de novembro, tivemos as últimas eleições para as seccionais das OABs de todo o País, definindo os conselhos e diretorias do próximo triênio, bem como os 81 conselheiros federais que irão compor o Conselho Federal a partir de 1º de fevereiro de 2016.
 
​Alguns nomes já são conhecidos em Brasília e outros foram eleitos para o cargo pela primeira vez. Entretanto, as incertezas continuam as mesmas dos últimos mandatos.
 
Os advogados continuam sem saber quando poderão escolher seu presidente nacional pelo voto direito – o atual Presidente do Conselho Federal, durante discurso de encerramento da Conferência Nacional dos Advogados, em 23 de outubro de 2014, prometeu a convocação de um plebiscito para definir o tema em março de 2015 e passados oito meses da data em que deveria ter ocorrido o plebiscito e com o fim da gestão, fica cada vez mais evidente que tudo não passou da famosa “promessa de político”.
 
A tal da transparência, tão exigida por toda a sociedade e pela própria OAB quando o assunto são os três poderes da República, passa longe da entidade que tem suas contas desconhecidas por todos os advogados. O portal da transparência existente no site da Instituição só apresenta alguma transparência de fato em seu nome.
 
Isso para não aprofundarmos o tema e falarmos do abandono da nova advocacia, que em sua grande maioria sequer sabe o nome dos seus “maiores representantes”; na ausência de defesa das prerrogativas dos advogados; dos absurdos como o aumento da burocracia para despachar com um juiz, que é cada vez mais evidente - sites jurídicos deixaram de divulgar o não atendimento pelo juiz e passaram a divulgar quando eles atendem, como se isso fosse um milagre ou um favor do magistrado – e continuamos sem qualquer manifestação da Ordem; isso entre outras inúmeras violações que sofremos no dia-a-dia da advocacia. O advogado foi abandonado pela sua Instituição!
 
Se os interesses dos advogados estão esquecidos, deixados em segundo plano, o que dizer, então, dos interesses da sociedade? O País passa por momentos conturbados, com denúncias por todos os lados, e a OAB vivendo em um mundo paralelo. Pela primeira vez na história um Senador da República foi preso, juristas de todo o Brasil discutem a legalidade da prisão e a Ordem dos Advogados do Brasil sequer soltou uma nota em seu site. 
 
Registre-se que o Senador foi preso em tese afirmando que tinha fortes ingerências junto ao Supremo. Essa é a entidade que nos representa?
 
Infelizmente, com a nova composição do Conselho Federal as incertezas continuam. A única certeza que temos é de quem será o próximo presidente.
 
Aliás, isso todos sabiam desde a posse do atual Presidente . E tem sido assim nos últimos mandatos. Os arranjos e negociações para garantir o futuro presidente escolhido são escancarados. E com isso, o futuro presidente não precisa mostrar a que veio porque já sabe que será eleito. E com isso plano algum se discute para a entidade, que está cada vez mais desacreditada.
 
E o que nos resta é a esperança de que o próximo presidente tenha em seu sangue a revolução farroupilha de seu estado e lute pela independência da Ordem dos Advogados do Brasil.
 
Torçamos e cobremos junto aos nossos representantes no Conselho Federal para que a nossa OAB volte a ser exemplo e que o próximo presidente não utilize a Ordem apenas como um degrau com destino ao Supremo Tribunal Federal ou a algum cargo político.
 
Por sorte os advogados ainda são uns guerreiros. E que façam sua entidade comandar o combate.
 
(*Murilo Marques é novo advogado em Campo Grande e mestrando)
 


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Postado por: Murilo Marques (*), 30 Novembro 2015 às 10:15 - em: Falando Nisso


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