Diante do dilema hamletiano de ser ou não ser aliado ao iniciar seu mandato como vereador de um partido da base de apoio em plena crise na gestão do prefeito Gilmar Olarte, o mais novo vereador de Campo Grande até cogitou engrossar o bloco dos 'neoindependentes' da Câmara que inclui Eduardo Romero (PTdoB), Chocolate (PP) e Carla Stephanini (PMDB). Porém, depois de se reunir com correligionários na noite anterior, Betinho Santana (PRB) inovou. Emitiu nota hoje de manhã à imprensa anunciando que fez a opção por ser "base crítica" em relação à administração municipal.

 

Na nota, o vereador Betinho afirma:

 

"Nosso partido é base do governo municipal, porém, diante dos fatos noticiados e da insatisfação popular, não podemos nos furtar de fazer críticas ao que assistimos, como, por exemplo:

 

- as graves denúncias veiculadas no último período, as quais o Executivo deve satisfação para a sociedade e transparência exemplar;

 

- o aumento considerável no número de funcionários comissionados em detrimento da falta de recursos para honrar a folha de pagamento do funcionalismo municipal e mesmo negociar reajustes salariais com as categorias;

 

- o não cumprimento da Lei Orgânica que destina 1% do orçamento municipal para a Cultura;

 

- os indicativos de greve e paralisação de funcionários da Saúde e da Educação.

 

Entre ser base adesista ou oposição automática preferimos ser a favor do povo de Campo Grande.

 

Portanto, declaramos que a partir de agora seremos base crítica, respeitando às decisões do partido, mas sem deixar de fazer o contraponto político tão benéfico à democracia e que a população exige do nosso mandato."