Impeachment é como bomba atômica, diz FHC

Magdalena Gutierrez/Instituto FHC
Impeachment é como bomba atômica, diz FHC
FHC sobre Lula: não há como dialogar com quem não quer dialogar
Principal líder do PSDB e, portanto, da oposição, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já tem uma posição clara diante da crise: nem apoio ao impeachment nem pacto com o PT. Para FHC, o horizonte mais provável é de que o governo "fique cozinhando o galo em fogo brando" nos próximos quatro anos. Ressalvou, entretanto, que, em política, "nada é impossível". 
 
– Impeachment não é uma coisa desejável e ninguém se propõe a liderar isso. O PT usa o impeachment para dizer que o PSDB quer, mas não é verdade. Impeachment é como bomba atômica, é para dissuadir, não para usar. Eu não posso dizer que seja impossível, porque as coisas não são assim em política. Mas o horizonte mais provável não é que vá para esse lado.
 
Sobre a manifestação de 15 de março, Fernando Henrique acredita que o movimento será de grandes proporções.
 
– "Essa manifestação vai ser realmente grande, mas é produto das redes sociais, de vários setores da sociedade, independentes uns dos outros, por motivos diferentes. E totalmente independente dos partidos."
 
Comparando o protesto com a grande manifestação que tomou as ruas em junho de 2013, o ex-presidente afirma que, "sociologicamente, vai ser uma comparação interessante":
 
– "Em 2013, era contra tudo, agora é direcionada contra o governo. Mas vamos esperar para ver. O PSDB faz bem em não chamar para a rua. A rua, neste momento, não é dos partidos, é do povo. É o povo que vai para a rua."
 
"Não adianta nada tirar a presidente", afirmou o tucano em evento no Instituto FHC, em São Paulo, com base em seu diagnóstico da política brasileira. "Se exauriu o modelo de presidencialismo de coalizão, que na verdade é um presidencialismo de cooptação. O sistema político está esgotado", afirmou. Fernando Henrique disse que alertou Dilma e Lula sobre sua percepção em dezembro de 2013, quando foram juntos ao velório de Nelson Mandela. "Ninguém quis agir quando avisei"
 
Sobre Lula, FHC afirmou:
 
– "Ele quer é acusar. Ele é o bom, nós somos os maus. Então, não há como dialogar com quem não quer dialogar."
 
CONTRA IMPEACHMENT
 
Nesta quarta-feira, a cúpula do PSDB se reúne para discutir qual será a postura oficial do partido diante das manifestações de domingo 15, quando diversos grupos vão à rua pedir o impeachment de Dilma. Apesar de contrário ao impeachment, FHC não parece disposto a participar de um acordo político para reduzir a tensão no País. No sábado, ele divulgou por meio de sua página oficial no Facebook uma nota negando relatos de que estaria se aproximando de petistas para evitar a derrubada de Dilma. 
 
– "O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Este quer antes de mais nada que se passe a limpo o caso do Petrolão: quer ver responsabilidades definidas e contas prestadas à Justiça. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo".
 
(Com informações do Estadão e Valor Econômico)
 


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Postado por: Marco Eusébio, 10 Março 2015 às 16:30 - em: Principal


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