Gripe H1N1 (descaso) Odilon de Oliveira (*)

Gripe H1N1 (descaso)

Em outubro de 2015, o Brasil deu inicio a investigações sobre microcefalia, o que gerou, até 24 de maio de 2016, a confirmação de 1.434 casos, segundo o Ministério da Saúde. As gestantes vivem preocupadas e milhares de situações suspeitas continuam sendo investigadas.
 
Em 2009, já tinha sido iniciada, no Brasil, uma pandemia da gripe H1N1, popularmente chamada de gripe suína, geradora naquele ano, de muitas mortes. Só nos primeiros cinco meses de 2016, por descaso da saúde pública, essa gripe causou quase 600 mortes. Em Mato Grosso do Sul, de janeiro a 24 de maio, foram 24 óbitos, o que é angustiante.
 
De 2009 para cá, já decorreram cinco anos, tempo suficiente para o Brasil ter aprendido a triste lição daquele ano. Deveria ter produzido vacina suficiente para imunizar a população inteira, e não apenas aquelas pessoas classificadas como integrantes de grupos de risco.
 
Ora, levando-se em consideração a gravidade do problema e que pessoas de fora dos grupos de risco têm se infectado (e morrido), é imperioso que existissem, com sobra, vacinas para todo mundo. A vida, para quem perde um ente querido, tem o mesmo preço e causa a mesma dor, não importando se o falecido pertencia ou não ao grupo de risco. Todos, sem exceção, contraindo H1N1, correm alto risco de perda da vida.
 
Tempo houve, de sobra, desde 2009, para o Brasil se prevenir. Esse tempo só não é maior do que a gigantesca dose do descaso com que a população vem sendo tratada em relação a essa grave doença.
 
(*Odilon de Oliveira é juiz da Justiça Federal em Campo Grande - MS)
 


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Postado por: Odilon de Oliveira (*), 28 Maio 2016 às 13:15 - em: Falando Nisso


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