É golpe ou não? Na minha opinião...
Reprodução/Arquivo
Um bem instruído jurista de Campo Grande, que defende a tese do "golpe", me indagou sobre o que penso sobre o impeachment. "É golpe ou não?"
Externei a ele minha modesta opinião, que compartilho com o leitor, a seguir:
Penso que, com raríssimas exceções, a maioria dos atores do impeachment também deveriam ser afastados dos cargos.
Porém, vejo a atual situação como uma decisão política, numa casa política, que faz parte do jogo político, em que usam as regras previstas na legislação.
O PT tanto sabia e sabe das regras desse jogo que, desde a época de Lula, se aliou formalmente ao PMDB de Michel Temer e buscou, a todo custo, apoio de outros partidos para fazer valer o regimento da chamada "governabilidade".
Com Lula no comando, atuaram em cumplicidade e a coisa deu certo, muito certo por sinal, para todos eles.
Com Dilma – que neste segundo mandato se distanciou de Lula e do PT – faltou liderança.
E a consequência foi o motim no grupo protagonizado pelo maior parceiro dos governos petistas, o PMDB de Temer e Eduardo Cunha.
Até posso não concordar com as regras, mas eles, protagonistas e demais atores, nem deveriam cogitar discordar.
Afinal todos, alguns pessoalmente, outros por meio de seus partidos, participaram da sua elaboração na Constituinte de 1988.
E jamais quiseram, de fato, fazer reformas que há décadas admitem ser necessárias ao País. Reformar para quê, se estavam ganhando o jogo?
Só esperneiam quando a partida começa a ser perdida.
É o que penso desse jogo que só alguém muito inocente ou muito mal intencionado pode chamar de limpo.
Jamais seus protagonistas. Sejam de que lado for.
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Postado por: Marco Eusébio, 11 Maio 2016 às 14:45 - em: Principal