Afirmando que o eleitor não quer e o PP "não vai aceitar jogo combinado para eleger Simone Tebet (PMDB) senadora", o presidente estadual da sigla e prefeito cassado de Campo Grande, Alcides Bernal, me disse hoje que cogita disputar o Senado. Afirmou que seu nome está à disposição, mas a decisão só será tomanda na convenção do partido, marcada para segunda-feira, às 15 horas, na sede da sigla em Campo Grande.

 

"Nós estamos estudando lançar candidatura própria ao Senado. Temos chapa para estadual e federal e defendemos a proposta de apoiar a reeleição da presidenta Dilma. Sabemos também que o Delcídio (PT) e o PMDB estão pressionando a direção nacional do PP e que o Olarte (atual prefeito) estaria assediando alguns deputados oferecendo inclusive propostas não republicanas para tentar nos tirar da direção do partido e impedir uma candidatura competitiva", disse Bernal. 

 

"Estamos muito confiantes de que uma candidatura progressista vai atender os anseios dos eleitores que não aceitam o jogo combinado e querem uma mudança de verdade, embora respeitamos todos os candidatos. Vamos apresentar para cadeiras de deputado nomes que nunca foram testados nas urnas. Ao Senado meu nome está posto, mas pode ser outro. No dia 30 vamos decidir. Não aceitamos esse jogo combinado para eleger Simone senadora", acrescentou.

 

QUESTIONEI se, diante de sua cassação, pretende obter uma liminar judicial para ser candidato. Bernal respondeu:

 

– "Não há necessidade de liminar, pois a cassação foi fraudulenta e criminosa. Não tem validade e só está perdurando porque o Judiciário ainda não deu a decisão final. Essa cassação não se mantém diante de uma análise de licitude e de moralidade. E o Gaeco terá de apresentar o resultado de suas investigações que não tenho dúvidas vai comprovar que houve compra de votos na nossa cassação, com base no que disse o desembargador Rui Celso Florence à imprensa".

 

Alcides Bernal também fez questão de falar sobre declarações do atual prefeito e seu ex-vice Gilmar Olarte (P) à imprensa. "Ele diz que vai conquistar o comando do partido após as eleições. Sobre isso quero afirmar não dá pra acreditar em golpista", disparou o progressista mirando seu ex-companheiro de chapa que virou seu desafeto político.