Deputados reclamam da série de proibições que estão matando campanhas eleitorais

Fotos Giuliano Lopes/ALMS
Deputados reclamam da série de proibições que estão matando campanhas eleitorais
A série de restrições impostas pela Justiça Eleitoral para a campanha, que dificultam o contato dos candidatos com os eleitores, foi alvo de reclamações dos deputados Amarildo Cruz (PT), Carlos Marun e Júnior Mocchi (ambos do PMDB) na sessão da Assembleia desta quarta-feira . A proibições que aumentam a cada pleito estão "matando" as campanhas eleitorais, que outrora já foram a principal festa da democracia no País.
 
Presidente estadual do PMDB, Mocchi citou, por exemplo, a regra que impõe que carros de som deve ficar pelo menos 200 metros distantes de hospitais e disse que em pequenas cidades do interior isso não funciona na prática. Marun afirmou que as inúmeras restrições atrapalham a democracia e Amarildo reforçou frisando que o eleitor também acaba prejudicado, sem poder conhecer direito seus candidatos. 
 
A reclamação procede. O não pode isso, não pode aquilo prejudica não só candidatos, mas principalmente os eleitores brasileiros que hoje andam conhecendo mais da vida de quem disputa a Presidência dos Estados Unidos, pela ampla divulgação na mídia, do aqueles em que são obrigados, pela lei, a votar. 
 
Não é proibindo doação de camisetas, churrascos e outros eventos do tipo que se coibe a compra de votos. Ninguém com inteligência mediana pode acreditar que um eleitor vai votar em determinado candidato só por comer e beber em um evento político. Até porque esse eleitor "cervejeiro" e "churrasqueiro" irá a quantos churrascos forem ofertados para aproveitar todos. 
 
Porém, para dar uma resposta ao cidadão ante a incapacidade de coibir de fato a compra de votos, fica mais fácil proibir tudo. Tais proibições, qualquer morador periferia sabe muito bem, só faz com que alguns candidatos deixem de gastar em eventos para usar o dinheiro na compra de voto em espécie na reta final da campanha. E, apesar de autoridades repetirem sempre que a fiscalização será severa, raramente alguém vê um candidato punido por isso. Quando acontece, a punição atinge os mais fracos ou meros cabos eleitorais.
 
Vale lembrar, entretanto, que apesar de políticos reclamarem das normas judiciárias que estão "matando" as campanhas eleitorais, a culpa disso é da própria classe política. Faz décadas, o Congresso enrola a proposta de uma nova legislação eleitoral e outras reformas que a sociedade atual exige. E já que os congressistas não cumprem sua parte de legisladores, o papel de legislar sobre as campanhas acaba ficando para o Judiciário.


Deixe seu comentário


Postado por: Marco Eusébio, 06 Agosto 2014 às 15:45 - em: Principal


MAIS LIDAS