Depois de décadas de hostilidades, EUA e Cuba anunciam histórica retomada das relações
Fotos Reuters/G1 Reprodução
Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro fizeram um anúncio histórico hoje: o restabelecimento das relações dos Estados Unidos e Cuba rompidas desde 1962. O Papa Francisco teve um papel importante. O acordo foi costurado durante 18 meses de negociações secretas, a maior parte delas no Canadá, e o papa organizou um encontro final no Vaticano. Os presidentes concordaram em deixar de para trás décadas de hostilidade para construir uma nova relação entre os EUA e a ilha comunista distante apenas 90 minutos da costa estado-unidense.
Os EUA anunciaram as seguintes medidas:
■ restabelecimento das relações diplomáticas com Cuba;
■ facilitar viagens de seus cidadãos a Cuba; autorizar vendas e exportações de bens e serviços dos EUA para Cuba;
■ autorização para estado-unidenses importarem bens de até US$ 400 de Cuba; início de novos esforços para melhorar o acesso de Cuba à telecomunicação e internet.
O embargo comercial à ilha comandada pelos irmãos Castro permanece Obama e terá de passar pelo crivo do Congresso dos EUA para acabar.
Cuba libertou hoje o prisioneiro norte-americano Alan Gross e, em troca, os EUA liberaram três agentes de inteligência cubanos – Luis Medina, Gerardo Hernandez e Antonio Guerrero – para voltar à ilha.
Em seu pronunciamento, Obama agradeceu ao papa Francisco e ao Canadá. Disse que o acordo encerra uma "abordagem antiquada" da política externa dos EUA e que a política "rígida" com relação a Cuba nas últimas décadas teve pequeno impacto. Disse crer que os EUA poderão "fazer mais para ajudar o povo cubano" ao negociar com o governo da ilha e, em espanhol, afirmou: "Todos somos americanos". "A mudança é difícil nas nossas vidas e na vida das nações. E a mudança é ainda mais difícil quando nós carregamos a carga pesada da história nos nossos ombros. Mas hoje nós estamos fazendo essas mudanças porque é a coisa certa a fazer", disse Obama.
Em Havana, Raúl Castro disse que quer restabelecer os vínculos especialmente no que se refere a viagens, correio postal direto e telecomunicações. "Exorto ao governos dos Estados Unidos a remover os obstáculos que impedem os vínculos entre nossos povos", afirmou o irmão de Fidel.
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Postado por: Marco Eusébio, 17 Dezembro 2014 às 17:40 - em: Principal