Depois de cruzar os braços por uma hora hoje e pendurar as algemas num "Algemaço", policiais federais farão paralisação de 24 horas na próxima terça-feira para protestar contra a defasagem salarial e precárias condições de trabalho. E caso não sejam ouvidos pelo governo, cogitam uma greve neste ano de eleições e de Copa do Mundo. Em frente da sede da Superintendência da PF em Campo Grande onde penduraram as algemas hoje, o presidente do sindicato estadual da categoria, Jorge Luiz Caldas, disse ao site parceiro Capital News que, além da falta de reajuste há sete anos, agentes, escrivães e papiloscopistas policiais estão com salários defasados, pois embora os cargos sejam considerados de nível superior desde 1996, até hoje recebem subsídios de nível médio. Além disso, a estrutura é precária para o combate ao crime. “As delegacias de fronteira estão sucateadas. Em Corumbá, Ponta Porã e Naviraí a situação é crítica. Não existe local apropriado para guardar os bens apreendidos. Veículos e caminhões ficam acumulados nos pátios”, lastimou. A situação tem provocado um êxodo na corporação. Só em 2013, disse o sindicalista, 230 servidores deixaram a PF e outros 11 cometeram suicídio. “São mais mortes por suicídio do que pelo enfrentamento no combate ao crime”, relatou Caldas.