Carreira de professor no Brasil desperta cada vez menos interesse dos jovens

Ilustração/Reprodução
Carreira de professor no Brasil desperta cada vez menos interesse dos jovens
Professor em sala de aula de escola pública em Dourados: nobre carreira cada vez menos atraente para jovens brasileiros
A falta de reconhecimento, de condições de trabalho e baixos salários atrai cada vez menos jovens para a profissão de professor, que já esteve entre as mais valorizadas no Brasil. A cada 100 jovens que estudam pedagogia e licenciatura no País, só 51 concluem o curso. Destes, só 27 manifestam interesse em seguir carreira no magistério. As informações divulgadas neste domingo, Dia do Professor, são do movimento Todos Pela Educação, com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC).
 
"Temos um apagão de professores, principalmente pela desvalorização", diz a presidente do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, ao frisar que professor ganha metade do que recebem profissionais de outras áreas com curso superior completo. Priscila lembra ainda que é preciso melhorar as condições de trabalho. "O fato de o jovem verificar no seu dia a dia que os professores não são valorizados, e muitas vezes são atacados pelos próprios jovens, pelas famílias, pela sociedade, pelo governo, isso faz com que o jovem desista da profissão", lamenta. 
 
Apesar de alguns avanços nos últimos anos, como a lei do piso nacional para o magistério, a profissão continua perdendo em nível salarial para outras atividades. Dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), revelam que em 2004 o salário dos professores representava cerca de 60% da média salarial de outras profissões. Atualmente é 52% da média. "Este é o movimento inverso do Plano Nacional de Educação, que diz que, até 2020, o salário médio dos professores deve ser equiparado ao salário médio de outras profissões", afirma o presidente da CNTE, Heleno Araújo.
 
O MEC promete lançar nos próximos dias uma política nacional de formação de professores, articulada à Base Nacional Comum Curricular, focando na valorização dos profissionais. "Existe a clareza de que o professor tem um papel central no desenvolvimento educacional de nossos estudantes e de que, para exercer essa profissão, ele precisa ser valorizado em todas as suas dimensões", diz o ministério, em nota. (Com Agência Brasil)


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Postado por: Marco Eusébio, 15 Outubro 2017 às 15:45 - em: Principal


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