Como ninguém quer ser a próxima visita, a rejeição dos países vizinhos ao "golpe legal" paraguaio complica o novo governo de Federico Franco, o vice que assumiu a cadeira tomada de Fernando Lugo com ajuda do congresso. Hugo Chávez suspendeu o fornecimento de petróleo da Venezuela e o governo da Argentina, que preside temporariamente o Mercosul, suspendeu, com aval dos demais países, a participação do Paraguai na reunião de cúpula do Mercosul programada para o próximo fim de semana em Mendoza, na Argentina, quando o Brasil assumirá a presidência. Em entrevista à Agência Brasil, o assessor especial para Assuntos Internacionais do Planalto, Marco Aurélio Garcia, descartou neste domingo a possibilidade de o Brasil e os demais países do Mercosul (Argentina e Uruguai) intervirem em questões internas do Paraguai. Disse que o momento é de avaliar a situação e deixar a crise paraguaia "decantar para ver como vai ficar”. Entretanto, Garcia reiterou as críticas do governo brasileiro, que classifica o impeachment de Lugo como “rito sumário” e sem qualquer chance de defesa. Em Assunção, partidários do bispo deposto picharam muros e fizeram manifestações de protesto contra o "golpe branco".