"Cura" de gays gera bate-boca na Câmara

"Cura" de gays gera bate-boca na Câmara
Jean Willys, Bolsonaro e psicóloga Marisa Lobo que defendeu o projeto

Projeto que prevê "tratamento" psicológico para homossexuais reverterem sua opção sexual, gerou bate-boca em audiência na Câmara dos Deputados ontem. De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), da bancada evangélica, o decreto legislativo nº 234/11 abre caminho para que psicólogos ofereçam "tratamento" para homossexuais mudarem sua opção sexual ao extinguir norma do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que desde 1999 proíbe os profissionais de fazer esse tipo de promessa para seus pacientes e usar a mídia para reforçar preconceitos a grupo de homossexuais. Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, o deputado Mandetta (DEM-MS) abriu a audiência, mas em seguida teve de sair em viagem para Manaus (leia notas abaixo).

 
O clima na audiência esquentou quando uma das convidadas, a escritora e psicóloga Marisa Lobo (foto), especializada em psicologia da sexualidade, defendeu a possibilidade de "cura" do homossexualismo. Nesta hora, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), coordenador da Frente pela Cidadania LGBT na Câmara, disse ter ficado "constrangido" com a defesa da psicóloga. Marisa revidou, foi advertida, mas não baixou o tom. "Não ofendi o deputado. Ele é que tentou me diminuir, tentando afirmar que minhas posições não podem ser consideradas apenas porque sou religiosa". Daí, Marisa e representantes do movimento gay partiram para o bate-boca: "Ser cristão não significa ser alienada", disse a psicóloga para o grupo gay que a chamava de "barraqueira" e "fundamentalista".
 
Curiosamente, a discussão acabou porque integrantes do movimento gay saíram quando Jair Bolsonaro (PP-RJ) começou a discursar. "Quem gostaria de ter um filho gay?", perguntava o deputado. No final da audiência, mais um momento de embate. Após criticar decisão da direção do CFP de não participar da audiência, o deputado Roberto de Lucena (PV-SP) decidiu ler trechos do manifesto do conselho. Integrantes do movimento gay começaram a ler o texto na íntegra, provocando nova confusão. Eles foram retirados do plenário da comissão por seguranças da Casa.


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Postado por: Marco Eusébio, 29 Junho 2012 às 14:07 - em: Principal


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